Artigo publicado pela revista científica internacional Nature aponta a falta de informações sobre esse bioma amazônico.
Com uma área de 267.164 quilômetros quadrados, as savanas amazônicas continuam sendo um bioma ainda inexplorado e que tem sofrido grandes impactos da ação do ser humano. Aproximadamente 90% da Savana amazônica se encontra na Bolívia e no Brasil, com pequenas áreas na Venezuela, Guiana e Suriname. Segundo artigo da Nature, a biodiversidade das savanas amazônicas pode ser perdida antes que seja conhecida, a menos que cientistas, conservacionistas e políticos se unam rapidamente para protegê-la.
As savanas amazônicas são de particular importância para a conservação, sendo o lar de uma flora e fauna únicas, com comunidades compostas de savanas e espécies florestais, incluindo numerosas endemias. No entanto, esses biomas têm sido pouco estudados em relação ao Cerrado e Llanos.
Os pesquisadores encontraram apenas 136 estudos das savanas amazônicas ao longo dos últimos 80 anos. Destes estudo, quase um terço foram de plantas, mas quase nenhum de anfíbios e peixes. A grande maioria foi realizada total ou parcialmente no Brasil, principalmente em institutos próximos a cidades como Manaus, Santarém e Boa Vista.
Impacto
A falta de pesquisas sobre esses biomas os deixa desprotegidos de leis que poderiam manter esses espaços. Por exemplo, o plano internacional para priorizar áreas de conservação da onça-pintada (Panthera onca) em todos os habitats dentro de sua área não incluiu áreas de savanas amazônicas. Isso porque, segundo os pesquisadores, não há pesquisas sobre o estado de onças pintadas nesse bioma.
Segundo os pesquisadores do artigo apenas 36,8% do savanas estão em alguma área indígena ou de conservação permanente. “O Cerrado do Amapá, por exemplo, apesar de ser reconhecido como uma prioridade de conservação muito alta para o Brasil, é o menos protegido dos principais complexos da savana amazônica”, afirma os pesquisadores.
O artigo afirma que atualmente a savana amazônica tem sofrido uma crescente pressão da produção de soja, arroz e outros grãos. A pecuária extensiva e a alta frequência de queimadas também são outros fatores ameaçadores para essas savanas. A construção de rodovias podem aumentar o desmatamento. “De fato, com exceção das savanas da Guiana, as redes rodoviárias em torno das principais savanas amazônicas permanecem pouco desenvolvidas e, sem dúvida, a falta de boas infra-estruturas tem, até agora, agido para protegê-las do desenvolvimento”, finaliza o artigo.
Isaac Guerreiro
VER MAIS EM:
O mundo desconhecido das Savanas Amazônicas – http://portalamazonia.com/noticias/o-mundo-desconhecido-das-savanas-amazonicas
O mundo desconhecido das Savanas Amazônicas – http://amazonia.org.br/2017/04/o-mundo-desconhecido-das-savanas-amazonicas/
The highly threatened and little known Amazonian savannahs – The biodiversity of the Amazonian savannahs may be lost before it is known, unless scientists, conservationists and policymakers come together quickly to protect it. – William Douglas de Carvalho1 & Karen Mustin – http://www.nature.com/articles/s41559-017-0100
Deixe um comentário