Quatro mil indígenas de todo o país marcharam na tarde dessa terça-feira pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Foi a primeira de uma série de manifestações do 14º Acampamento Terra Livre, que vai até sexta-feira.
A pauta de mobilização pede fortalecimento e independência da Funai. A coordenadora da Associação dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara, detalhou as reivindicações.
Os índios criticam o avanço de usinas hidrelétricas, mineradoras e madeireiras sobre terras já demarcadas. E pedem a garantia de serviços de Saúde e Educação Indígenas, além da saída de Osmar Serraglio do Ministério da Justiça.
Procuramos o Ministério da Justiça, mas, até o fechamento desta reportagem, não conseguimos respostas para as reivindicações.
O trânsito chegou a ser interditado nos dois sentidos da Esplanada dos Ministérios. Antes, os indígenas subiram na marquise do Congresso Nacional; jogaram mais de 200 caixões no gramado, representando os índios mortos em conflitos fundiários; e foram dispersados pela Polícia Militar, que usou bombas e balas de borracha.
Mal dava para ver os prédios na Esplanada. Os indígenas revidaram com pedras e flechas. Depois, parlamentares se juntaram à manifestação e a polícia parou de atirar.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira, do PMDB, anunciou que vai receber os representantes do Acampamento Terra Livre, no fim da manhã desta quarta-feira. Depois, a pauta indígena será tema de uma audiência pública na comissão de Direitos Humanos do Senado.
Deputados da bancada do PT informaram que vão pedir ao governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, explicações para o disparo de tantas bombas.
Victor Ribeiro
FONTE: Agência Brasil / EBC
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