Levantamento analisará impactos da mudança do clima na população da onça-pintada no Parque Nacional dos Campos Amazônicos.
Pesquisadores avançam no levantamento sobre os impactos da mudança do clima na população da onça-pintada no Parque Nacional dos Campos Amazônicos. Foi concluída a captura de imagens com o uso de armadilhas fotográficas. Em um ano, foram registradas 30 espécies de mamíferos terrestres de médio e grande porte, dos quais 12 estão ameaçados de extinção. Agora, as equipes trabalham na análise dos dados coletados.
Apoiada pelo Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), a pesquisa foi realizada na unidade de conservação situada entre os estados do Amazonas, Rondônia e Mato Grosso. O objetivo é investigar como os diferentes tipos de cobertura vegetal – cerrado e floresta – afetam o uso do habitat da onça-pintada e suas presas, além de fazer projeções de futuros impactos na população da espécie devido a mudanças climáticas previstas.
O estudo está relacionado às linhas de pesquisa prioritárias indicadas no plano de manejo do Parque Nacional dos Campos Amazônicos, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O chefe da unidade, Bruno Cambraia, explica que o projeto pode orientar a definição de prioridades para a recuperação de áreas degradadas e o combate a incêndios na região. “É o maior esforço de amostragem de mamíferos de médio e grande porte no Parque até o momento”, afirma.
ARMADILHAS
Entre fevereiro de 2016 e fevereiro deste ano, foram feitas duas amostragens com armadilhas fotográficas, uma na estação chuvosa e outra na seca. Na primeira, foram usadas 64 armadilhas durante 107 dias (tempo em que as câmeras ficaram ativas em campo). Na segunda, foram utilizadas 113 armadilhas durante 109 dias. Ao todo, foram promovidas sete viagens de campo durante o período de duração da pesquisa.
Das 30 espécies fotografadas, 12 estão listadas como ameaçadas de extinção no Brasil ou globalmente: veado-campeiro, queixada, cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas, cachorro-vinagre, maracajá, onça-pintada, onça-parda, gato-mourisco, ariranha, tatu-canastra, anta e tamanduá-bandeira.
O estudo foi coordenado pelo pesquisador Daniel Gomes da Rocha, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). As amostragens foram concentradas em duas regiões distintas da unidade. No rio Roosevelt, as armadilhas foram instaladas em áreas de floresta ao longo de ambas as margens do rio. Na região de cerrado, ficaram em ambientes abertos e florestais.
Além da gestão do parque, os trabalhos de campo contaram com o apoio do Instituto Mamirauá e da Coordenação de Monitoramento da Biodiversidade (Comob), do ICMBio, que garantiram o empréstimo de armadilhas fotográficas para viabilização dos estudos. A atividade contou com o apoio financeiro do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) e a parceria das pousadas Cumaru e Rio Roosevelt nas ações desenvolvidas na região do rio Roosevelt.
DA REDAÇÃO*
*Com informações do ICMBio
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