A possibilidade do governo federal de reduzir em 65% as unidades de conservação no Sul do Amazonas foi destaque na imprensa na última semana. Uma proposta debatida entre a Casa Civil e a bancada do Amazonas no Congresso prevê a extinção de uma unidade e a redução de outras quatro. As mudanças poderão ser feitas por projeto de lei ou mesmo medida provisória.
Procurado pelos jornais, o Ministério do Meio Ambiente afirmou por meio de nota que não foi informado sobre a proposta. Em entrevista ao site do Observatório do Clima, a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira afirmou que a medida é um retrocesso, uma vez que essas unidades de conservação criadas em 2016 pela ex-presidente Dilma Rousseff foram as primeiras na Amazônia a serem instituídas sem passivos fundiários, uma raridade na região.
Outra decisão polêmica da última quinzena, mas que não teve grande repercussão na mídia, foi a decisão do governo do Pará de liberar extração de ouro ao lado da usina de Belo Monte. A licença de instalação do projeto Volta Grande foi concedida ignorando parecer técnico da Funai que reprovava informações sobre estudos atrelados aos impactos às terras indígenas da região. O plano do governo de liberar a licença, a despeito das controvérsias que envolvem o projeto, foi revelado pelo Estado de S.Paulo.
Apesar do momento difícil, nem só de notícias ruins vive a Amazônia. Foi lançada em Belém, no início do mês, a Aliança pela Restauração da Amazônia. A iniciativa que une organizações não-governamentais, empresas, academias e governos vai trabalhar com o objetivo de ajudar o Brasil a alcançar a meta de reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030, compromisso assumido pelo país na Convenção do Clima. A iniciativa não poderia ser mais oportuna: satélites do Inpe apontaram aumento de 29% de desmatamento em 2016.
FONTE: Mídia e Amazônia
http://midiaeamazonia.andi.org.br/
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