Diante das pressões dos interesses agrícolas, o Brasil parou formalmente de demarcar terras para comunidades indígenas, numa ameaça aos esforços de conservação florestal, de acordo com uma ex-autoridade da Funai e ativistas. 

A Constituição reconhece o direito dos povos indígenas de viverem nas terras de seus ancestrais, e a Fundação Nacional do Índio (Funai) tem trabalhado para demarcar territórios para tribos, que constituem menos de 1 por cento da população.

Contudo, novos territórios não têm sido demarcados para grupos indígenas desde agosto, em meio à pressão de parlamentares para mudar o processo, disse o ex-presidente da Funai Márcio Santilli, em comentários que são compartilhados por ativistas.

“Não tem havido nenhuma ação positiva para avançar com demarcações pendentes”, afirmou Santilli, que comandou a Funai na década de 1990 e agora assessora o Instituto Socioambiental, um grupo ambientalista.

“A bancada ruralista está propondo emendas constitucionais para enfraquecer os direitos territoriais de indígenas”, disse ele à Fundação Thomson Reuters.

Representantes da Funai disseram que não poderiam comentar imediatamente.

Por: Chris Arsenault
Fonte: Reuters

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