Três pessoas foram presas, equipamentos destruídos e embargados 63 hectares de floresta primitiva e rios no interior da unidade de conservação no Pará. 

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) acaba de divulgar balanço da operação Chave de Ouro que desbaratou garimpo de cassiterita no interior da Floresta Nacional (Flona) de Altamira, no sudoeste do Pará. Três pessoas foram detidas, equipamentos destruídos e embargados 63 hectares de floresta primitiva e rios.

Os responsáveis pelo garimpo foram autuados em R$ 1,4 milhão e R$ 6,4 milhões e serão denunciados ao Ministério Público Federal. Pelos dados levantados pelos agentes, a atividade ilegal teria gerado em menos de um mês mais de R$ 400 mil. A operação teve o apoio do Comando de Policiamento Regional de Itaituba e do Batalhão de Polícia Ambiental do Pará.

Durante os trabalhos, os agentes também flagraram exploração ilegal de madeira e confirmaram dois alertas de desmatamento no interior da Floresta Nacional de Itaituba II. Ao todo, 184 hectares de áreas foram embargadas, 86 m³ de madeira destruídos, um trator de esteira inutilizado e aplicadas multas que somaram R$ 8,8 milhões.

Denúncia

A operação Chave de Ouro durou 21 dias e foi encerrada na semana passada. O Núcleo de Gestão Integrada de Itaituba (PA) teve conhecimento da atividade ilegal por meio de denúncia. Com o reforço policial e apoio de aeronave, o grupo de agentes, composto por 33 pessoas, chegou ao local do garimpo no dia 1º deste mês.

A equipe superou 10 quilômetros repletos de obstáculos colocados pelos infratores, que derrubaram no meio do caminho cerca de 80 árvores e destruíram a única ponte que dava acesso ao local. Outros 15 quilômetros foram percorridos a pé.

Além de bloqueios, os criminosos armaram pelo menos três gatilhos (armadilhas feitas com árvores serradas que ficam em pé mas pendentes, bastando que um cipó seja acionado para que caiam sobre a viatura ou a pessoa). A intenção era atingir os agentes de fiscalização e policiais e retardar ou impedir o avanço do grupo.

O gestor da Flona de Altamira, Rodrigo Cambará Printes, que acompanhou a ação, disse que a área embargada será monitorada a fim de evitar a reativação do garimpo. Ele garantiu, ainda, que não há a menor possibilidade da atividade garimpeira vir a ser regulamentada no interior da floresta nacional.

Comunicação ICMBio
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