A polêmica Medida Provisória 735, conhecida como MP do setor elétrico, que prevê em seu artigo 20 a criação de um programa de modernização para implantar novas termelétricas a carvão no Brasil, foi destaque na mídia na segunda quinzena de outubro. A medida vai na contramão do compromisso brasileiro de redução de emissões assumido na COP 21, em 2015, em Paris. O apelo das organizações não-governamentais para que o presidente Temer vete o artigo de incentivo ao carvão ganhou amplo destaque na imprensa nacional e mereceu textos opinativos como o de Washington Novaes publicado no jornal O Estado de S.Paulo no último dia 28 de outubro.   

Outro tema que mereceu atenção neste período foi o aumento do desmatamento e das emissões brasileiras de gases de efeito estufa. Às vésperas da COP 22, que ocorre a partir de 7 de novembro no Marrocos, a mídia iniciou o que promete ser uma ampla cobertura sobre tema. Os principais jornais de veiculação nacional entrevistaram especialistas e cobriram bem a divulgação dos dados do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, que apontaram que as emissões no Brasil subiram 3,5% entre 2014 e 2015. O aumento de 25% no desmatamento, no mesmo período, foi a principal motivo do aumento das emissões, segundo o SEEG.

Chama atenção, no entanto, a pequena cobertura dada aos 10 anos de moratória da soja, comemorada com pompa no período em um grande evento que reuniu indústria, organizações não-governamentais e governo federal. Apenas um jornal de veiculação nacional destacou os dez anos da moratória. Considerando que a divulgação do aumento do desmatamento ocorreu no mesmo período, a moratória merecia mais destaque, uma vez que foi instrumento fundamental para a queda do deflorestamento a partir de 2006. Prova disso é a declaração do ministro do Meio Ambiente, destacada pelo Valor Econômico e TV Rural, de que a moratória da soja será ampliada para o Cerrado.

Vale destacar a reportagem especial produzida pela Folha de S.Paulo “Transamazônica: crime e abandono”. A equipe de reportagem percorreu quase todo o trecho amazônico entre Lábrea (AM) e Altamira (PA) e produziu uma matéria abrangente que abordou o desmatamento, a questão econômica e indígena na região.

FONTE: http://midiaeamazonia.andi.org.br   

Nota: 

Recebido pela Ecoamazônia via email.