Representante do ICMBio ressalta a importância das unidades de conservação, que formam uma espécie de barreira contra o desflorestamento no maior bioma brasileiro.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) promoveu, nestas quarta (5) e quinta (6), em Brasília, o Seminário Técnico-Científico de Análise dos Dados do Desmatamento da Amazônia Legal. Reunindo representantes do governo federal, da comunidade acadêmica e da sociedade civil organizada, o evento buscou analisar os novos dados do desmatamento na Amazônia, elaborados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Um dos objetivos do seminário é dar mais transparência às políticas públicas de combate à perda da cobertura vegetal nativa do bioma. Os conteúdos debatidos devem subsidiar a nova fase do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).
De acordo com dados apresentados pela equipe do Inpe, o desmatamento na Amazônia Legal, no período entre junho de 2014 e agosto de 2015, ficou em 6.207 km². O número indica que as taxas estão estáveis, oscilando na casa dos 5 a 6 mil km² nos últimos quatro anos. Cabe ressaltar que o desmatamento na Amazônia teve uma queda de 78% desde a criação do PPCDAm, em 2004.
Importância das UCs
Um dos painéis do evento foi inteiramente dedicado às unidades de conservação (UCs), importantes aliadas no controle do desmatamento. Conduzida pela jornalista Juliana Arini, a mesa contou com a participação do coordenador-geral de Proteção do ICMBio, Luiz Felipe de Luca, que apresentou um quadro comparativo das UCs na Amazônia antes e depois da criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuca), em 2000.
Segundo de Luca, com o Snuc, houve uma realocação estratégica das UCs, antes dispersas pelo bioma, para formar uma espécie de barreira de contenção do avanço do desmatamento. “O objetivo é apoiar o desenvolvimento regional em bases sustentáveis para evitar a perda de biodiversidade”, pontuou. Ainda de acordo com o coordenador, os eixos das BRs (em especial a BR 163), são áreas muito pressionadas, representando um dos principais desafios para o controle do desmatamento atualmente.
Também participou do painel o coordenador técnico do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Paulo Moutinho, que trouxe para o centro do debate a questão das mudanças climáticas. “10% de redução da cobertura florestal leva a uma redução de 50 mm por ano na evapotranspiração e a um aumento de 0.5 ºC na temperatura”, frisou Moutinho. Para ele, é necessário avançar no PPCDAm e “as unidades de conservação são o caminho para isso”.
O encerramento da mesa ficou por conta de João Paulo Capobianco, sócio-fundador do Instituto Socioambiental (ISA). Durante sua intervenção, ele enfatizou a importância de se estabelecer um modelo de governança com ações exemplares. “O PPCDAm não é apenas comando e controle. O plano é, antes de mais nada, uma sinalização política para a sociedade”. Nesse contexto, “a criação de UCs é algo fundamental e estratégico”, concluiu Capobianco.
Comunicação ICMBio (61) 2028-9280 – com informações da Ascom/MMA (61) 2028-1227
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