“Solte a fera pela vida”. Este é o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente de 2016, celebrado globalmente no dia 05 de junho sob a coordenação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). O tema traz à tona o tráfico de animais silvestres e a necessidade de combater esse comércio ilegal que destrói a biodiversidade, ameaça os ecossistemas, gera custos para a economia e coloca em risco a vida de seres humanos.
O PNUMA, com o apoio da ONU Verde – grupo de trabalho interagencial das Nações Unidas no Brasil –, prepararam uma programação em Brasília com ações entre os dias 5 a 8 de junho de 2016, a fim de promover a conscientização sobre o tráfico de animais silvestres. Saiba mais ao final do comunicado.
Crimes ambientais como o comércio ilegal de animais silvestres, a destruição ilegal de florestas por empresas, a exploração e comércio ilegal de ouro e outros minerais, a pesca ilegal, o tráfico de resíduos perigosos e a fraude de créditos de carbono, estão crescendo duas a três vezes mais rapidamente que o PIB global.
O crime ambiental supera o comércio ilegal de armas de pequeno porte, que é avaliado em cerca de 3 bilhões de dólares. É, ainda, o quarto maior empreendimento criminoso depois de tráfico de drogas, da falsificação e do tráfico de seres humanos. A quantidade de dinheiro perdido nesse crime ambiental é 10 mil vezes maior do que a quantidade de dinheiro gasto para combatê-lo – equivalente a apenas 20-30 milhões de dólares.
A ascensão do crime ambiental em todo o mundo é profundamente preocupante. As vastas somas de dinheiro gerado por esses crimes alimentam terroristas e grupos criminosos altamente sofisticados. Na América do Sul, por exemplo, os cartéis de drogas têm grande envolvimento com o comércio ilegal de fauna silvestre, muitas vezes se utilizam de animais vivos ou de suas peles para transportarem seus produtos.
O Brasil é o país com a maior diversidade de espécies no mundo, possuindo mais de 103.870 espécies animais conhecidas no país. A perda e fragmentação de habitats naturais e captura, comércio e guarda ilegal de animais silvestres são algumas das maiores ameaças para a fauna nativa.
Um número elevado de espécimes vem sendo extraído da natureza sem levar em consideração a capacidade de reposição natural das espécies. A ONG Renctas estima que, no Brasil, cerca de 38 milhões de exemplares sejam retirados anualmente da natureza e que aproximadamente 4 milhões deles sejam vendidos, pois para cada produto animal comercializado são mortos pelo menos três; e para o comércio de animais vivos, a cada dez traficados apenas um sobrevive.
Os lucros do comércio ilegal de animais silvestres ameaçam a paz e a segurança e prejudicam, também, a subsistência de comunidades locais.
De acordo com o relatório “O aumento do crime ambiental” (The Rise of Environmental Crime), lançado neste sábado (4) pelo PNUMA em parceria com a Interpol, o custo do crime ambiental chega, atualmente, a 258 bilhões de dólares – significando um aumento de 26% em comparação a 2014. Esse dado revela que a ocorrência de crimes ambientais bateu seu próprio recorde, tendo superado o comércio ilegal de armas de pequeno porte.
O estudo mostra que as enfraquecidas leis e o escasso financiamento de forças de segurança estão permitindo que redes internacionais criminosas e rebeldes armados lucrem com esse comércio que alimenta conflitos, devasta ecossistemas e coloca espécies sob ameaça de extinção.
Por isso, fortes ações, legislações e sanções, em nível nacional e internacional, bem como incentivos econômicos e meios de subsistência alternativos para aqueles que se sustentam dessa cadeia de crime ambiental, são necessárias para combater o tráfico.
A interrupção desse comércio é crucial para se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS), uma vez que ameaça a biodiversidade, os meios de vida das pessoas e perturba a paz mundial.
O tema do Dia Mundial do Meio Ambiente aborda, em particular, o Objetivo 15, que trata da vida terrestre e inclui metas de combate à oferta e à demanda de produtos ilegais provenientes de animais selvagens, e solicita a proteção da fauna e da flora silvestre, bem como dos ecossistemas dependentes.
Solte a fera pela vida
Com o objetivo de apoiar no combate ao comércio ilegal de animais silvestres, o Sistema ONU e seus parceiros lançaram a campanha “Solte a fera pela vida”, que vem recebendo apoio de celebridades brasileiras como Gisele Bündchen, Yaya Touré, Neymar Jr. e Lenine. A campanha está mobilizando milhões de pessoas pelo mundo a tomar medidas contra a captura ilegal e o tráfico de espécies e animais selvagens e acabar com a demanda que impulsiona o comércio ilegal de animais silvestres.
A Embaixadora da Boa Vontade do PNUMA, Gisele Bündchen, está usando a sua voz para defender as tartarugas. “Agora é o momento de acabar com todo o comércio ilegal de animais selvagens. Entristece-me que, no século 21, com todo o nosso conhecimento e poder, ainda escutamos histórias de espécies selvagens que enfrentam a possibilidade de extinção pela ação do homem”, declarou.
O cantor Lenine, que há tempos vem incorporando a ecologia e a sustentabilidade em seu trabalho, falou sobre a crueldade que é o crime contra os animais silvestres. “Além de ser criminoso, de provocar um impacto negativo nos ecossistemas e de colocar as espécies sob ameaça de extinção, o comércio ilegal é extremamente cruel com os animais. Eles são maltratados, transportados em caixas superlotadas, sem água e alimento, alguns são até usados para transportar drogas. A maior parte desses animais capturados acabam morrendo devido a essas práticas.”
Sob a hashtag #WildforLife, a campanha visa a mobilizar milhões de pessoas a assumir compromissos e tomar medidas para acabar com o comércio ilegal de animais silvestres. A iniciativa é executada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES).
Ações da ONU na Semana do Meio Ambiente
O Dia Mundial do Meio Ambiente (DMMA) é o principal veículo das Nações Unidas dedicado a estimular ação e conscientização global em prol do meio ambiente. A data tem crescido e se tornado uma importante plataforma pública, celebrada amplamente em mais de 100 países. Também serve como o “dia das pessoas” para tomar uma atitude pelo meio ambiente, estimulando ações individuais ou coletivas que causem um impacto positivo no planeta.
Para celebrar a Semana do Dia Mundial do Meio Ambiente, o PNUMA, com o apoio da ONU Verde – grupo de trabalho interagencial das Nações Unidas no Brasi –, prepararam uma programação em Brasília com ações entre os dias 5 a 8 de junho de 2016, a fim de promover a conscientização sobre o tráfico de animais silvestres.
A programação terá início neste domingo, 5 de junho, com a promoção da visita de funcionários da ONU ao Projeto Bicho Livre de soltura e reintrodução de animais silvestres, promovido pelo IBAMA na reserva ecológica Chapada Imperial. No dia 6, a ONU realizará a cerimônia oficial de celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente, com a presença do Escritório do Coordenador Residente, de representantes dos diferentes órgãos do sistema, bem como oficiais do governo e de organizações não governamentais.
Como defensor da campanha “Solte a fera pela vida”, o cantor e ecologista Lenine estará presente na cerimônia.
O evento será seguido da abertura da Mostra de Cinema Ambiental que será aberta ao público no Cine Brasília e se estenderá com uma programação variada até o dia 7 de junho.
Quem não está em Brasília pode organizar suas próprias atividades para celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente 2016, desde mostra de artesanatos – que não incluam o uso de penas, peles e outros materiais provenientes da captura ilegal da fauna silvestre –, festivais de cinema, competições esportivas, realização de eventos públicos e artísticos, flashmobs, até promoções nas redes sociais. A hashtag é #DMMA2016 e a intenção é que, cada ano, o Dia Mundial do Meio Ambiente seja o maior e mais celebrado da história.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA: http://goo.gl/DlEBiX (ou abaixo)
Sobre o PNUMA Brasil:
O PNUMA, principal autoridade global em meio ambiente, é a agência do Sistema das Nações Unidas (ONU) responsável por promover a conservação do meio ambiente e o uso eficiente de recursos no contexto do desenvolvimento sustentável.
Sobre a ONU Verde:
A ONU Verde foi criada em 2010 com o objetivo de promover ações conjuntas e integradas para a promoção da sustentabilidade, auxiliando na criação de uma nova cultura de consciência ambiental na ONU Brasil.
Sobre o Projeto Bicho Livre:
Projeto de soltura e reintrodução de animais silvestres na reserva ecológica Chapada Imperial promovido pelo IBAMA. O Bicho Livre abriga quatro projetos específicos de preservação:
- ARARAS – reintrodução de araras-canindé ao habitat natural com monitoramento técnico;
- EMAS – soltura e reintrodução de populações de cativeiro em área silvestre;
- GAIOLAS – soltura e reintrodução de aves, de ocorrência no Cerrado, apreendidas, principalmente, do tráfico de animais silvestres;
- SOLTURA – animais em geral salvos do tráfico pelo IBAMA e reintroduzidos ao Cerrado com monitoramento. São eles preguiça, gatos do mato, jabutis, micos, jaguatirica, entre outros.
Para mais informações sobre a campanha “Solte a fera pela vida”:
http://www.wed2016.com/pt
Contato para a imprensa:
Mariana Bertelli
(61) 3038-9237
[email protected]
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