Previsão de pesquisador do Inpa é de que águas cheguem a 26,80 metros este ano
A previsão de cheia do Rio Negro para este ano, no entorno do Porto de Manaus e áreas próximas, ficará abaixo da média histórica, devendo alcançar uma média de 26,80 metros. A previsão é baseada em modelos matemáticos feitos pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) Jochen Schongart, do grupo de pesquisa Ecologia, Monitoramento e Uso Sustentável de Áreas Úmidas (Maua). A margem de erro do modelo de previsão é de 30 centímetros para mais ou para menos, variando entre 26,50 metros e 27,10 metros.
A média histórica do Rio Negro é de 27,79m, com base nos dados de 1903 a 2015 disponibilizados pela Agência Nacional de Águas (ANA) e Superintendência Estadual de Navegação, Portos e Hidrovias (SNPH).
“Depois de quatro anos de cheias severas, que causaram grandes prejuízos econômicos, este ano, não se espera ter grandes impactos sociais na zona urbana e rural ao redor de Manaus”, disse o pesquisador.
Em 2015, o nível do rio atingiu 29,66 metros, em 2014 e 2013, foram registradas as marcas de 29,33 metros e 29,50 metros, respectivamente, e, em 2012, as águas chegaram a 29,97 metros, a maior cheia já registrada.
Segundo Schongart, é importante ressaltar que, pelo que se observa, no aumento das cheia dos últimos 20 anos, um ano como este, que tem uma previsão de cheia menor, não quer dizer que essa tendência de grandes cheias esteja interrompida. “Temos que continuar monitorando essas variações nos níveis de água para ver como o rio se comportará”, ressaltou.
O pesquisador afirmou que, com uma cheia prevista nesse patamar, a região da capital pode não representar preocupação para os órgãos públicos, como a Defesa Civil, porém, em outras regiões, a situação pode ser diferente. “Nosso objetivo é expandir essa modelagem também para outras bacias para poder fornecer essas informações com antecedência”, disse Schongart.
Ele atribui a previsão ao fenômeno climático El Niño oriundo do Pacífico Equatorial, que provocou a diminuição das chuvas na maioria das cabeceiras do Rio Amazonas e seus afluentes e afetou fortemente a região Norte da bacia amazônica.
Muitos eventos de El Niño, como nos anos de 1906, 1912, 1926, 1964, 1980, 1992 e, este ano, apresentam níveis máximas inferiores comparados com o valor médio das máximas históricas com um repiquete pronunciado durante o período de janeiro a março.
Fonte: D24Am, com informações do Inpa
Foto destaque: Carlos Eduardo Matos
FONTE: FAPEAM
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