Na primeira vez em que a Sociedade Brasileira de Herpetologia publicou uma lista das espécies de répteis do Brasil, em 2005, o país era o lar de 633 espécies. Em 2015, na listagem mais recente, essa diversidade pulou para 773 espécies de répteis – um salto de 22%.  

O Brasil é o terceiro maior celeiro de diversidade de répteis, atrás da Austrália e do México. Essa riqueza biológica insubstituível está repartida entre 36 espécies de tartarugas, cágados e jabutis (Testudines), seis espécies de jacarés (Crocodylia) e 731 espécies de Squamata (73 anfisbênias, 392 serpentes e 266 lagartos).

Mas novas descrições não param de surgir. E não só de espécies, como também de gêneros. É o caso de duas novas espécies de lagartos, pertencentes a um novo gênero, Rondonops, uma homenagem ao marechal Cândido Rondon, explorador da Amazônia no início do século 20. A pesquisa foi realizada pelos herpetólogos Miguel Trefaut Rodrigues, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, e Guarino Colli, da Universidade de Brasília, entre outros.

O trabalho, publicado no periódico Zootaxa, em agosto de 2015, apresenta as espécies Rondonops biscutatus, de Rondônia e Mato Grosso, e R. xanthomystax, do Amazonas. O estudo conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), no âmbito do projeto temático “Comparative phylogeography, phylogeny, paleoclimate modeling, and taxonomy of neotropical reptiles and amphibians”.

O lagarto do gênero Rondonops é um animal pequeno. Seu comprimento, da ponta do focinho até a base da cauda, é de 6,5 cm, sendo que a cauda pode ser até três vezes maior que o seu corpo.

“É um bicho fossorial, que vive fuçando. Tem uma cauda longa e uns bracinhos pequenos, que ficam colados ao corpo. Ele se locomove como se fosse uma cobra, quase que nadando entre as folhas caídas, num movimento serpentiforme”, explicou Guarino Colli, referindo-se ao R. biscutatus. “Eles vivem no meio da mata seca ou alagada. Quando vem a chuva, o bicho sobe num tronco ou num cupinzeiro. Entra nos buracos da madeira podre, onde pode comer cupins, aranhas, tudo o que conseguir pegar.”

Segundo Miguel Trefaut Rodrigues, “as principais características do gênero Rondonops são a forma e a contagem de escamas e sua coloração muito específica.” Para quem não sabe, o tamanho das escamas, seu ordenamento e quantidade têm importância fundamental para sinalizar a existência de uma espécie de lagarto. As escamas não cobrem simplesmente o corpo do bicho. Elas recobrem o bicho de acordo com um padrão específico e particular, que muda de um gênero para outro, e de uma família para a outra. “As escamas têm nomes específicos, quase como se fossem ossos. Cada uma tem um nome”, disse Colli.

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Fonte: Fapesp

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http://agencia.fapesp.br/brasil_e_o_terceiro_maior_celeiro_de_repteis/22865/