Terminado o mês de janeiro, já com a estiagem permanecendo como um problema emergencial, o número de focos de calor do satélite referência do INPE (1754 focos) já ultrapassou o que seria a média do número de focos de calor para um ano (1596 focos). Outra comparação alarmante: se tomarmos apenas o mês de janeiro, o número de focos deste ano é cerca de 4 vezes o valor recorde de focos de calor monitorados para Roraima no mês de janeiro de 2003, ano em que também houve o efeito do El Niño e o segundo maior incêndio florestal do Estado, após o mega incêndio de 1998. 

Isto quer dizer que nos últimos 17 anos de monitoramento contínuo de focos de calor para Roraima, 2016 é sem dúvida o pior ano de todos em relação à quantidade de focos de calor. Tais focos são monitorados diariamente por diversos satélites de observação da Terra e estão diretamente correlacionados a queimadas e incêndios florestais.

Na região entre Roxinho, Campos Novos e Repartimento já há focos de calor em diversas áreas florestais que persistem há mais de 15 dias, configurando em incêndio florestal descontrolado nesta região, principalmente nas serras próximas. O que vale ressaltar é que as áreas afetadas por incêndios terão cada vez menos capacidade de armazenar água, que neste momento está fazendo falta a tantas famílias que habitam as áreas rurais no Estado.

Isto provoca gastos cada vez maiores na distribuição de água potável à população em ação de emergência por estiagem, decretados por municípios e/ou Estado.  Há um ciclo de causa e consequência entre o aumento de áreas desmatadas, aumento de temperatura, diminuição da umidade na vegetação e aumento de queimadas e incêndios florestais provocados pelo homem.

As previsões climáticas indicam chuvas abaixo do normal. O rio Branco encontra-se em situação recorde de seca. A Defesa Civil do Estado se desdobra para atender a demanda pela distribuição de água no interior. O órgão ambiental do estado de Roraima (FEMARH) já suspendeu por tempo indeterminado o calendário de queimadas controladas. Mesmo assim, novos focos de calor continuam sendo detectados a cada nova passagem dos satélites de monitoramento.

Os nossos rios e lagos dependem do ciclo hidrológico e da conservação da vegetação e dos solos, que funcionam como “esponjas” para a retenção das águas das chuvas, importante para a perenização dos rios. As queimadas e os incêndios florestais degradam a vegetação e, dia após dia, estão levando o Estado a sentir cada vez mais “sede”, a ficar cada vez mais seco e tórrido a cada novo período de seca. A agricultura e a pecuária, atividades que são tão importantes para nossa economia e para nossa sociedade, dentro de um desenvolvimento sustentável para o Estado, sofrerão perdas sem precedentes.

Em que pese a dedicação e o compromisso daqueles profissionais e instituições que combatem o fogo em Roraima, dada a extensão de nossas florestas e da dimensão da ocupação do homem sobre a mesma, juntamente com a situação climática atual, cuja baixa umidade é sentida no campo, nas vilas e cidades, mesmo que tenhamos bons equipamentos e pessoal capacitado e em número inicialmente considerado suficiente para o combate aos incêndios florestais, ainda assim, não haverá como conter a catástrofe ambiental, econômica e social que se configura.

As consequências serão sentidas no próprio campo: pastos completamente carbonizados e gado morrendo de fome, benfeitorias perdidas (queimadas), igarapés, lagos, poços e açudes secos, equipamentos de irrigação paralisados sem água ou destruídos pelo fogo, lavouras perdidas. E nas cidades: hospitais com mais casos de alergias e doenças respiratórias, principalmente em idosos e crianças, muitas vezes seguido de óbito daqueles mais frágeis. Isso sem falar no problema do abastecimento de água para o consumo humano, principalmente no interior, que já vive a escassez de água e a mesma pode atingir as cidades.

Ainda temos cerca de dois a três meses de seca pela frente. Caso a população continue gerando novos focos queimadas e incêndios, desrespeitando todos os avisos e determinações para parar com o fogo, podemos afirmar com alta probabilidade de que o Estado será levado a enfrentar uma tragédia anunciada de dimensões próximas ou até maiores que em 1998.

Porém, duas coisas podem mudar efetivamente o final desta história ainda para este ano de 2016: 1) grandes quantidades de chuva fora de época em todo o Estado; infelizmente, a climatologia e a meteorologia informam condições contrárias, ou seja, de permanência da seca em níveis mais intensos e extensos que o normal; 2) a conscientização dos que ainda estão colocando fogo em suas áreas, para que não o façam diante do atual quadro climático. E se possível, que ajudem a apagar os focos de incêndio existentes dentro ou próximos às suas propriedades, com a devida orientação e treinamento.

Se o atual quadro não se modificar o estado de Roraima terá cada vez menos água e menos recursos florestais a cada novo evento de El Niño, o que trará situações de diminuição da produção florestal, agropecuária, riscos alimentares para grande parte da população, problemas de saúde, sociais, além de diversos outros problemas ambientais.Terminado o mês de janeiro, já com a estiagem permanecendo como um problema emergencial, o número de focos de calor do satélite referência do INPE (1754 focos) já ultrapassou o que seria a média do número de focos de calor para um ano (1596 focos). Outra comparação alarmante: se tomarmos apenas o mês de janeiro, o número de focos deste ano é cerca de 4 vezes o valor recorde de focos de calor monitorados para Roraima no mês de janeiro de 2003, ano em que também houve o efeito do El Niño e o segundo maior incêndio florestal do Estado, após o mega incêndio de 1998.

Isto quer dizer que nos últimos 17 anos de monitoramento contínuo de focos de calor para Roraima, 2016 é sem dúvida o pior ano de todos em relação à quantidade de focos de calor. Tais focos são monitorados diariamente por diversos satélites de observação da Terra e estão diretamente correlacionados a queimadas e incêndios florestais.

Na região entre Roxinho, Campos Novos e Repartimento já há focos de calor em diversas áreas florestais que persistem há mais de 15 dias, configurando em incêndio florestal descontrolado nesta região, principalmente nas serras próximas. O que vale ressaltar é que as áreas afetadas por incêndios terão cada vez menos capacidade de armazenar água, que neste momento está fazendo falta a tantas famílias que habitam as áreas rurais no Estado.

Isto provoca gastos cada vez maiores na distribuição de água potável à população em ação de emergência por estiagem, decretados por municípios e/ou Estado.  Há um ciclo de causa e consequência entre o aumento de áreas desmatadas, aumento de temperatura, diminuição da umidade na vegetação e aumento de queimadas e incêndios florestais provocados pelo homem.

As previsões climáticas indicam chuvas abaixo do normal. O rio Branco encontra-se em situação recorde de seca. A Defesa Civil do Estado se desdobra para atender a demanda pela distribuição de água no interior. O órgão ambiental do estado de Roraima (FEMARH) já suspendeu por tempo indeterminado o calendário de queimadas controladas. Mesmo assim, novos focos de calor continuam sendo detectados a cada nova passagem dos satélites de monitoramento.

Os nossos rios e lagos dependem do ciclo hidrológico e da conservação da vegetação e dos solos, que funcionam como “esponjas” para a retenção das águas das chuvas, importante para a perenização dos rios. As queimadas e os incêndios florestais degradam a vegetação e, dia após dia, estão levando o Estado a sentir cada vez mais “sede”, a ficar cada vez mais seco e tórrido a cada novo período de seca. A agricultura e a pecuária, atividades que são tão importantes para nossa economia e para nossa sociedade, dentro de um desenvolvimento sustentável para o Estado, sofrerão perdas sem precedentes.

Em que pese a dedicação e o compromisso daqueles profissionais e instituições que combatem o fogo em Roraima, dada a extensão de nossas florestas e da dimensão da ocupação do homem sobre a mesma, juntamente com a situação climática atual, cuja baixa umidade é sentida no campo, nas vilas e cidades, mesmo que tenhamos bons equipamentos e pessoal capacitado e em número inicialmente considerado suficiente para o combate aos incêndios florestais, ainda assim, não haverá como conter a catástrofe ambiental, econômica e social que se configura.

As consequências serão sentidas no próprio campo: pastos completamente carbonizados e gado morrendo de fome, benfeitorias perdidas (queimadas), igarapés, lagos, poços e açudes secos, equipamentos de irrigação paralisados sem água ou destruídos pelo fogo, lavouras perdidas. E nas cidades: hospitais com mais casos de alergias e doenças respiratórias, principalmente em idosos e crianças, muitas vezes seguido de óbito daqueles mais frágeis. Isso sem falar no problema do abastecimento de água para o consumo humano, principalmente no interior, que já vive a escassez de água e a mesma pode atingir as cidades.

Ainda temos cerca de dois a três meses de seca pela frente. Caso a população continue gerando novos focos queimadas e incêndios, desrespeitando todos os avisos e determinações para parar com o fogo, podemos afirmar com alta probabilidade de que o Estado será levado a enfrentar uma tragédia anunciada de dimensões próximas ou até maiores que em 1998.

Porém, duas coisas podem mudar efetivamente o final desta história ainda para este ano de 2016: 1) grandes quantidades de chuva fora de época em todo o Estado; infelizmente, a climatologia e a meteorologia informam condições contrárias, ou seja, de permanência da seca em níveis mais intensos e extensos que o normal; 2) a conscientização dos que ainda estão colocando fogo em suas áreas, para que não o façam diante do atual quadro climático. E se possível, que ajudem a apagar os focos de incêndio existentes dentro ou próximos às suas propriedades, com a devida orientação e treinamento.

Se o atual quadro não se modificar o estado de Roraima terá cada vez menos água e menos recursos florestais a cada novo evento de El Niño, o que trará situações de diminuição da produção florestal, agropecuária, riscos alimentares para grande parte da população, problemas de saúde, sociais, além de diversos outros problemas ambientais.

 

Haron Xaud e Maristela Xaud (MTb 4733/PE)
Embrapa Roraima

Telefone: (95) 4009-7162

 

 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/