Na Conferência do Clima em Paris, o Brasil se comprometeu a zerar até 2030 o desmatamento ilegal, mas a ação de quadrilhas na Amazônia pode inviabilizar a meta.
Como parte das negociações na Conferência do Clima em Paris (COP-21), o Brasil se comprometeu a zerar o desmatamento ilegal até 2030. Mas a violenta disputa por terra na Amazônia, que por vezes extrapola o Estado de direito, ameaça a proposta brasileira.
Assassinatos de ativistas ambientais e agentes de órgãos que trabalham para conter a ação de quadrilhas de desmatamento ilegal não são raros na região. O assassinato da irmã Dorothy Stang, há dez anos, e recente a execução do segurança do Incra, Wislen Gonçalves Barbosa, são dois exemplos.
A grave situação faz do combate a estes criminosos uma meta mais urgente do que zerar o desmatamento. Isso porque a ação das quadrilhas inviabiliza a compromisso brasileiro apresentado em Paris.
Em entrevista ao jornal Financial Times, o Procurador-Chefe do Ministério Público Federal, Daniel Azeredo, alertou para a situação. “Conseguimos reduzir de forma significativa o desmatamento por parte de grandes fazendeiros e pecuaristas, mas ainda temos áreas menores sendo desmatadas por pequenos e médios produtores e quadrilhas criminosas.”
O Brasil conseguiu reduzir um quinto do desmatamento desde o pico registrado em 2004. No momento, o país tem uma média anual de desmatamento ilegal de cerca de 5 mil km. Mas, levando em conta a extensão territorial, o Brasil ainda desmata mais florestas por ano do que qualquer outro país.
Fonte: Financial Times/ Tradução: Opinião e Notícias
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