Moradores da comunidade do Botafogo, na Reserva Extrativista (Resex) do Baixo Juruá, no Amazonas, acabam de realizar a soltura de mais de três mil filhotes de quelônios (animais com casco) amazônicos de três espécies – iaçá (Podocnemis sextuberculata), tracajá (Podocnemis unifilis) e tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa).
A soltura marcou o encerramento de um trabalho que começou em julho, quando os moradores iniciaram o monitoramento da desova nos tabuleiros da Resex e fizeram a realocação de algumas covas para uma chocadeira artificial construída na comunidade. Após o nascimento, os filhotes foram transferidos para caixas d’água, onde permaneceram por cerca de um mês. Essa técnica permite que milhares de ovos deixem de sofrer predação humana e natural.
O trabalho de conservação de quelônios na comunidade completa 25 anos agora em 2015 e é anterior à criação da Resex, como lembra Raimundo Ferreira Lima, morador da região. Segundo ele, o que motiva os moradores a seguir nessa ação é ver o aumento do número de “bichos de casco” desovando na praia. Além disso, de acordo com o plano de manejo da unidade, os comunitários da Resex têm o direito de consumir quelônios para sua subsistência.
Fiscalização
Para fortalecer o trabalho exercido pelas comunidades em defesa da conservação de quelônios, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra a Resex do Baixo Juruá, realiza, também, operações de fiscalização que objetivam coibir a captura e venda dessas espécies, além de orientar as pessoas que transitam próximo à área da reserva sobre a importância da espécie e as restrições de consumo.
Na operação mais recente, realizada no início deste mês, a equipe de fiscalização do Instituto realizou vistorias e abordagens no entorno da Resex. Foram lavrados oito autos de infração, cinco referentes a quelônios e três relacionados a pesca irregular.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280
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