O primeiro linhão de transmissão que escoará a energia produzida pela hidrelétrica de Belo Monte, licitado em fevereiro do ano passado, está com o licenciamento ambiental atrasado, revelou nesta quarta-feira o vice-presidente de operações da principal investidora da obra, a chinesa State Grid, Ramon Haddad.
De acordo com o executivo, a empresa –que tem como sócias minoritárias na obra as subsidiárias da Eletrobras, Furnas e Eletronorte– esperava a emissão da licença ambiental de instalação, que permite o início da construção, para no máximo julho deste ano.
“Nossa expectativa é conseguir cumprir os prazos… embora a gente tenha observado um pequeno atraso. Estamos com dificuldade até hoje de obtenção da licença de instalação”, afirmou ele, durante evento em São Paulo.
Orçado em 5 bilhões de reais, o empreendimento precisa iniciar operação no primeiro semestre de 2018.
Haddad disse que o problema provavelmente deve-se a questões “processuais” do Ibama, responsável pelo licenciamento, uma vez que o linhão, apesar de partir da região Norte do país e ir até o Sudeste, não chega a ser um projeto ambientalmente sensível, na visão da State Grid.
“Não tem dificuldades ambientais significativas, a não ser essas que a gente diria que são usuais, rotineiras, nada que justifique qualquer tipo de atraso”, disse, destacando que o projeto não passa por regiões indígenas.
Já há um sinal de alerta também quanto ao cronograma do segundo linhão para transmissão da energia de Belo Monte, que a State Grid arrematou sozinha em leilão realizado em julho deste ano.
“Temos uma expectativa boa de cumprir o prazo, apesar de a gente ter falado que 50 meses é muito desafiador (para esse projeto). Mas, ainda assim, vamos tentar e estamos confiantes de que, com ajuda e apoio dos agentes do setor, vamos conseguir vencer as dificuldades”, apontou Haddad.
O segundo linhão precisa estar pronto no início de 2019.
Por Luciano Costa
Fonte: Reuters
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