Cientistas de diversas regiões do Brasil e de várias partes do mundo estarão reunidos, em Manaus, ente o 9 e 13 de novembro, durante o XVI Congresso Brasileiro de Primatologia. O evento visa estimular uma discussão sobre a necessidade de integrar o desenvolvimento urbano de forma compatível com a conservação dos recursos naturais. As inscrições continuam abertas até o dia da abertura do Congresso.
Promovido pela Sociedade Brasileira de Primatologia (SBPr), o Congresso conta com a parceria do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). De acordo com o presidente da SBPr, o pesquisador do Inpa Wilson Spironello, existem cerca de 700 táxons (espécies e subespécies) de primatas no mundo e o Brasil abriga o maior número, em torno de 150. Deste total, aproximadamente 70% habitam as florestas da Amazônia brasileira e 35% destas espécies estão ameaçadas, entre elas o sauim-de-coleira, espécie encontrada apenas em Manaus e municípios vizinhos.
“Infelizmente, este número tende a aumentar com o impacto do crescimento urbano e dos empreendimentos infraestruturais em execução e previstos para o bioma Amazônia, como hidroelétricas, linhas de transmissão e aumento do sistema de estradas”, disse Spironello. “E a destruição das florestas pelas queimadas foi potencializada neste ano devido à seca e à deficiência nas ações de prevenção e fiscalização”, complementa o pesquisador.
Segundo o Spironello, o tema escolhido para este ano “Conservação e desenvolvimento: desafios e oportunidades para a primatologia” tem o objetivo de provocar uma reflexão sobre o impacto do desenvolvimento nas populações de primatas e as oportunidades de pesquisa no País.
Outra novidade do congresso será a realização do I Minicurso em Educação Ambiental para Conservação de Primatas, que ocorrerá de 05 a 08 de novembro, no Campus I do Inpa e conta com a participação de renomados pesquisadores em educação ambiental e primatologia. O objetivo do curso é incentivar e disseminar as práticas da educação ambiental com foco na conservação de primatas. Uma das palestrantes é a coordenadora pedagógica do Programa Ciência na Escola (PCE), Eduarda Albuquerque, que apresentará os desafios da educação ambiental na Amazônia. “Muitas vezes se faz necessária a utilização de exemplos ou de atividades práticas para fazer com que o aluno entenda o fundamento das matérias. Neste caso, vamos desmistificar a transposição da Educação Ambiental”.
O minicurso, ainda contara com a coordenação da coordenadora técnica cientifica do PCE, Dayse Ferreira. “O minicurso é direcionado a estudantes e profissionais das áreas biológicas e ambientais. Capacitação em fundamentos da educação ambiental, conhecer mais sobre a diversidade de primatas na região amazonas, a importância ecológica das espécies, didática na educação ambiental”.
Com a realização do XVI Congresso Brasileiro de Primatologia, os organizadores esperam promover a formação de novos primatólogos, principalmente na região norte, incentivar novas pesquisas e promover uma grande oportunidade para o intercâmbio de conhecimento e experiências entre pesquisadores, profissionais e estudantes.
Com informações da Assessoria do INPA
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