Após um ano de estudo, quatro produtos biocosméticos feitos a partir do buriti (Mauritia flexuosa L. F) e da pupunha (Bactris gasipaesH.B.K), desenvolvidos por uma pesquisadora e estagiários do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), tiveram o deferimento e a propriedade intelectual protegida junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e estão prontos para serem produzidos em escala industrial.
As quatro biotecnologias produzidas a partir dos frutos regionais são o sabonete sólido, a emulsão evanescente e o sabonete líquido, todos à base de óleo de pupunha e buriti, e o creme antioxidante à base de óleo de pupunha. Os pedidos de patentes dos produtos tiveram aceitação do Inpi no fim de junho deste ano.
Os responsáveis pelos produtos e estudos são a vice-coordenadora de Sociedade, Ambiente e Saúde (CSAS/Inpa), a pesquisadora Helyde Albuquerque Marinho; os ex-bolsistas Bruno Olímpio e Jonathas Wellington de Sá; os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Maria Rosa Lozano Borrás e Paulo Roberto da Costa, e a professora da Universidade Federal do Pará (Ufpa), Sônia Maria Braga dos Santos.
“As patentes concedidas refletem o potencial do Inpa e o seu avanço como uma instituição que desenvolve produtores inovadores vinculados às pesquisas na região Norte”, disse a coordenadora de Extensão Tecnológica e Inovação do Inpa, Noelia Falcão.
A coordenadora da Ceti explica que a concessão de uma patente é um fator importante, que garante e resguarda os direitos de propriedade industrial de um produto junto a sua instituição, evitando sua produção e comercialização indevida.
Ao todo, o Inpa possui 73 pedidos de depósitos de patentes, somando mais de 100 produtos e processos registrados. Desses, cinco produtos já tem patentes concedida. O Instituto disponibiliza um portfólio de tecnologias para empresas ou possíveis investidores interessados em produzi-las em escala industrial.
Biocosméticos amazônicos
As cores acentuadas do buriti e da pupunha são fortes indicadores da presença do carotenóide (pigmento natural encontrado em frutos vermelhos, alaranjados ou amarelos) que são substâncias ricas em betacaroteno (pró-vitamina A), que ajudam a proteger as células dos efeitos nocivos dos radicais livres que causam o envelhecimento precoce da pele e, ainda, preservam o colágeno, aumentando a elasticidade e tonicidade da pele.
Extraído da polpa, os óleos do buriti e da pupunha presentes nos sabonetes sólido e líquido, na emulsão evanescente e no creme antioxidante, proporcionam maior elasticidade à pele e a protege dos radicais livres.
“Selecionamos os frutos que tinham a pigmentação mais forte, por terem maior concentração de bioativos, o que garante a eficácia dos produtos” explicou a pesquisadora do Inpa e responsável pelos produtos, Helyde Albuquerque Marinho, do Laboratório de Alimentos e Nutrição do Inpa.
Todos os produtos são de baixo custo-benefício, isso porque se utiliza pouca energia térmica e otimização de tempo. O resultado, segundo a pesquisadora, é a alta viscosidade, estabilidade, consistência e melhor aparência dos produtos.
“Outra vantagem é que estes óleos ricos em carotenóides podem ser utilizados em cremes cosméticos com baixo custo de produção, e assim podem ser consumidos por todas as camadas sociais”, afirmou Marinho.
O Sabonete sólido à base de óleo de pupunha e buriti é rico em ácidos graxos e carotenóides, ajudando na reposição da oleosidade natural da pele, e deixando-a com aspecto aveludada e limpa. Uma das vantagens do creme antioxidante à base de óleo de pupunha está na proteção contra as ações dos radicais livres.
Saiba mais:
A Patente de Invenção vigora pelo prazo de 20 anos contados da data do pedido de patente e caso seja Modelo de Utilidade este prazo terá vigência de 15 anos.
Fonte: INPA
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