Começou nesta quarta-feira (28/10), no pequeno povoado de São Pedro, em Santarém, no Pará, o III Chamado da Floresta. Secretários e técnicos de cinco ministérios e representantes de 400 associações de 16 Estados da Amazônia e do Centro Oeste vão debater, na Reserva Extrativista Tapajos-Anapiuns, os rumos do desenvolvimento sustentável do bioma.
A expectativa é de que sejam anunciadas medidas para beneficiar mais de 1 milhão de brasileiros que, segundo estimativa do Conselho Nacional dos Extrativistas (CNS), organizadores do evento, vivem e retiram seu sustento e de suas famílias diretamente da biodiversidade. O encontro reúne, desta vez, mais de 1,5 mil jovens que reivindicam melhoria na educação, valorização do trabalho e até acesso à internet na floresta.
ÁGUA E ENERGIA
Para o presidente da CNS, Joaquim Belo, a pauta do evento vem evoluindo, mas continua girando em torno de água e energia. Ele avalia que o restante será agregado com a ampliação do acesso a esses dois itens. “Já conseguimos o [programa] luz para todos especifico para a Amazônia, água tratada, Pronatec, água tratada em algumas regiões, planos de manejo florestal”, segundo ele, conquistas dos últimos chamados.
O secretário de Desenvolvimento Rural Sustentável e Extrativismo do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Guedes de Guedes, afirmou que esse é o momento de avaliar os avanços e buscar soluções para os desafios na implantação das políticas públicas. “É uma oportunidade para ampliar o diálogo com os movimentos sociais no local onde eles estão”, disse.
O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Cláudio Maretti, falou a quase 2 mil extrativistas na abertura do encontro. Ele ressaltou que a gestão das unidades de conservação de uso sustentável só é possível com a participação das populações que nelas vivem. No primeiro dia, Maretti participou de reuniões com os representantes das associações de extrativistas.
ATENÇÃO À JUVENTUDE
Para o secretário de Juventude do CNS, Dione Torquato, da Floresta Nacional de Tefé, no Amazonas, o III Chamado da Floresta, que tem os jovens extrativistas como um dos temas principais, servirá para chamar a atenção para o segmento.
“Somos quase 68 por cento dos extrativistas no País e precisamos de políticas específicas, voltadas para as necessidades da juventude”, destacou. Ele reconhece os avanços dos últimos anos, mas pede melhoria na educação, na saúde, manejo florestal em todas as unidades e acesso à internet.
Por: Paulenir Constâncio – Editor: Marco Moreira
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