O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou que o Brasil tem todas as condições de cumprir as metas que serão apresentadas pelo país na cúpula do clima de Paris, a COP 21, a ser realizada em dezembro. Para isso, segundo ele, será preciso apostar no desenvolvimento de fontes alternativas, como solar e eólica. O representante do Executivo participou nesta quinta-feira (29) de audiência na Comissão Mista Sobre Mudanças Climáticas (CMMC).
Uma das metas — que já foi apresentada na cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre desenvolvimento sustentável, em setembro — prevê a participação de 23% de energia renovável (excluída a hídrica) no fornecimento de eletricidade.
– Isso traz grandes desafios, pois teremos mais do que dobrar nossa capacidade eólica, ter crescimento robusto no setor solar e expressivo entre as biomassas. Estamos otimistas. O Brasil cumpriu o compromisso com a redução do desmatamento e de emissão de gases de efeito estufa, e vamos dar outro bom exemplo – afirmou.
Potência Eólica
Segundo Eduardo Braga, em 2005, apenas 9% da matriz brasileira era de energia renovável. Agora o índice já chega a 14%. O Brasil é quarto maior produtor de energia eólica do mundo e dever chegar a 2050 como primeiro ou segundo maior produtor, conforme suas previsões.
– Temos ventos constantes e de boa qualidade. E engana-se quem pensar que é no litoral. É na parte setentrional do Nordeste – explicou.
Conforme o ministro, um grande desafio do setor energético de modo geral está no fato de que, no Brasil, as fontes produtoras de energia estão muito distantes dos centros consumidores, o que exige grande esforço de transmissão e gera dificuldades e perdas técnicas.
– Autorizar e licenciar um quilômetro de linha de transmissão requer 27 diferentes licenças – reclamou Braga, que defendeu a rapidez no licenciamento de obras consideradas estratégicas para o país.
Sem racionamento
Ao falar sobre a situação atual do sistema brasileiro, o ministro afirmou que o risco de racionamento no país atualmente é zero, mesmo com a forte estiagem que atinge algumas regiões, notadamente o Nordeste.
– É importante dizer que o risco de racionamento no Brasil neste momento é zero. No entanto, já vemos novamente aqueles que começam a pregar que haverá cortes de fornecimento, e o povo sem energia […] De 2001 a 2015, o Brasil construiu um sistema elétrico muito mais robusto. Hoje temos 130 mil quilômetros de linhas de transmissão da rede básica, além de programas de investimento de longo prazo – explicou.
Metas do Brasil apresentadas à ONU a serem levada à Cop 21 | |
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Matriz elétrica: | Meta 1: Até 2030, atingir participação de 66% da fonte hídrica na geração de eletricidade; |
Meta 2: Alcançar 23% de participação de energias renováveis (excluída a energia hídrica) no fornecimento de energia elétrica; | |
Meta 3: Alcançar 10% de ganhos de eficiência no setor elétrico até 2030; | |
Matriz energética: | Meta 4: Participação de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030; |
Meta 5: Participação de fontes renováveis, excluída a energia hídrica, de 28% a 33% até 2030; | |
Meta 6: Participação de bioenergia na matriz energética de 18% até 2030. |
Fonte: Ministério de Minas e Energia
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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