Cinquenta e seis tartarugas-da-amazônia (Podocemis expansa), quatro canoas e um motor de lancha foram apreendidos no rio Ipixuna, em Tapauá, no Amazonas, durante operação de fiscalização promovida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ibama, Funai, Polícia Ambiental do estado e as polícias civil e militar no município.       

A operação conjunta, batizada de “Independência”, ocorreu na segunda-feira (7) e o resultado foi divulgado nesta quarta (9) pelo Núcleo de Gestão Integrada do ICMBio na região. Segundo os agentes, as tartarugas estavam presas dentro de canoas, entre casas flutuantes da orla de Tapauá. As pessoas responsáveis pelo crime ambiental não foram encontradas.

A ação teve como objetivo proteger a espécie que neste momento inicia rota migratória, deslocando-se para reprodução na Reserva Biológica (Rebio) do Abufari, unidade de conservação administrada pelo ICMBio, a 30 quilômetros da sede de Tapauá. A Rebio abriga o mais significativo tabuleiro de desova de tartarugas-da-amazônia do estado.

Em seu trajeto até a praia de desova, as tartarugas passam pela Terra Indígena (TI) do Igarapé do São João. A espécie é considerada vulnerável pela União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (UICN) e sofre grande pressão em todo o estado do Amazonas.

Atividades de manejo preservacionista são realizadas no tabuleiro da Rebio desde a década de 70. Gestores do ICMBio estimam que, a cada ano, mais de duas mil fêmeas desovam e, em média, 230 mil filhotes de tartarugas-da-amazônia eclodem na praia protegida.

Em função da proximidade do centro urbano de Tapauá e do alto valor de mercado, a espécie fica muito vulnerável à predação humana e ao tráfico ilegal de animais. Por isso, o ICMBio, junto com parceiros, realiza todos os anos ações de fiscalização para proteger a rota migratória das tartarugas.

Comunicação ICMBio