Um grande compromisso global: 193 países trabalham para cumprir vinte Metas Globais de Biodiversidade, conhecidas como Metas de Aichi. O objetivo das metas é desenvolver ações concretas que interrompam o desaparecimento de formas de vida, em todo o planeta, até o ano de 2020, quando se encerra a década da biodiversidade.      

O trabalho é coordenado pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) – tratado da Organização das Nações Unidas (ONU) – principal fórum mundial para questões relacionadas ao tema. Para a CDB, é necessário que a biodiversidade seja parte das agendas de governos e sociedades, assumindo que a questão ambiental está diretamente relacionada ao bem-estar humano, aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e à redução da pobreza.

A biodiversidade sustenta o funcionamento dos ecossistemas e dos serviços ambientais (água, alimentos, ar) que eles fornecem. Na Terra, há cerca de 8,7 milhões de espécies (animais, microorganismos, fungos e plantas), estima a ONU. Com vinte por cento de todas as espécies do planeta, o Brasil é principal país megadiverso (ou de maior biodiversidade), entre os 17 países desta categoria.

Reunião no Brasil

Nesta semana (28 a 30/9), o Brasil sedia o “Workshop Regional da América Latina e Caribe sobre Cumprimento das Metas 11 e 12 de Aichi”, promovido pela CDB, em Curitiba (PR). No evento, o país é representado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia responsável pelas Unidades de Conservação federais. Participam do encontro 42 representantes, de 20 países da região.

“Neste workshop vamos analisar a situação atual na região, verificar as oportunidades para avançarmos e definir ações que possam ser implementadas nos próximos cinco anos”, explica Sarat Babu Gidda, representante do Secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB).

“Precisamos chegar em 2020, com avanços significativos na proteção da biodiversidade. A continuidade dos projetos, em todo o mundo, depende do cumprimento das metas. Acredito que isto é possível”, conclui Gidda.

20 Metas para conservação

A meta 11 de Aichi estabelece que “pelo menos 17 por cento de áreas terrestres e de águas continentais e 10 por cento de áreas marinhas e costeiras, terão sido conservados por meio de sistemas de áreas protegidas”. Já a meta 12, busca “a extinção de espécies ameaçadas conhecidas terá sido evitada e sua situação de conservação terá sido melhorada e mantida”.

“As duas metas estão intimamente relacionadas. As Unidades de Conservação são essenciais para a proteção de espécies ameaçadas”, explica o presidente do ICMBio, Claudio Maretti. “Nestas áreas, geralmente, temos a natureza mais protegida e a pesquisa realizada ajuda a desenvolver e aprimorar os planos de ação para proteção das espécies ameaçadas, coordenados pelo ICMBio”, destaca Maretti.

“Se a natureza afeta nossas vidas, temos que cuidar dela e precisamos envolver as pessoas com a causa ambiental”, adverte Sarat Babu Gidda. “A natureza e as áreas protegidas são muito valiosas para a humanidade e acredito que vamos ter sucesso com as metas. Se formos pessimistas, não alcançamos nada”, conclui Gidda.

Atividades do workshop

O workshop é dirigido pelo presidente do ICMBio, Claudio Maretti. Durante três dias, os participantes assistirão apresentações da CDB, da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN), da Agência Alemã de Cooperação Técnica (GIZ), da World Conservation Monitoring Centre (UNEP-WCMC) e, em grupos, vão estudar as pendências para o cumprimento das metas e definir as ações que serão implementadas.

Países participantes do “Workshop Regional da América Latina e Caribe sobre Cumprimento das Metas 11 e 12 de Aichi”: Argentina, Brasil, Equador, Guatemala, Haiti, República Dominicana, Cuba, Costa Rica, Honduras, Colômbia, Peru, Guiana, Belize, México, Chile, Bolívia, Bahamas, Granada, El Salvador e Antigua.

Comunicação ICMBio