A equipe do Parque Nacional (Parna) do Viruá, gerido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Roraima, acaba de resgatar 66 tartarugas da Amazônia que estavam em poder de uma quadrilha de traficantes na região do Baixo rio Branco, no interior de Roraima.

© Todos os direitos reservados. Fotos: Samuel Rodriques e Beatriz Lisboa

© Todos os direitos reservados. Fotos: Samuel Rodriques e Beatriz Lisboa

     

O resgate foi feito durante operação concluída nesse final de semana, que contou com apoio da Polícia Militar. Os animais estavam ensacados e escondidos na mata às margens do rio Branco, prontos para serem transportados até a cidade de Caracaraí, a 100 quilômetros de distância, onde seriam vendidos.

“Recebemos a denúncia de que uma quadrilha estaria agindo no rio Anauá, no limite sul do parque, mas após intensa vistoria na área não identificamos nenhum sinal da presença deles. Mesmo assim, não desistimos e no dia seguinte conseguimos localizá-los em outra área”, explicou Samuel Lima Rodrigues, coordenador da operação.

Junto às tartarugas, foram apreendidos dois motores rabeta e um bote, utilizados pela quadrilha para a prática do crime ambiental. Os equipamentos estavam escondidos na mata e o bote afundado no rio para dificultar sua localização.

“Ao ouvirem o barulho do nosso barco chegando, os traficantes fugiram e se embrenharam na mata, o que torna impossível sua captura”, relatou o cabo André Araújo, da PM-RR. “Quando localizamos o acampamento, encontramos as tartarugas ensacadas e atordoadas, prontas para serem transportadas. É uma grande satisfação poder salvar a vida de animais tão indefesos”.

Após serem retirados dos sacos e avaliados, os animais foram devolvidos ao rio Branco, onde poderão seguir repovoando a região.

Com esta última apreensão, o Parque Nacional do Viruá já totaliza mais de 1.400 tartarugas da Amazônia resgatadas da ação de traficantes e devolvidas aos rios da região com vida nos últimos cinco anos. O número é um recorde para a toda a Amazônia no que se refere à apreensão e soltura de tartarugas adultas na região.

“Apesar dessa pressão ocorrer fora dos limites do Parque Nacional do Viruá, a gestão do parque não tem medido esforços para articular e viabilizar uma série de ações de combate ao tráfico de quelônios que tem resultado em sucessivos recordes de apreensão nos últimos anos, com alto nível de efetividade”, disse Beatriz Lisboa, analista ambiental do parque.

Segundo ela, a eficiência das operações se deve ao trabalho em pareceria com outros órgãos e à adoção de estratégias que incluem investigação prévia, intensas vistorias e barreiras e uso de equipamento próprio. “Graças ao sucesso das operações do Viruá, vem crescendo a confiança por parte da população local o que tem resultado num aumento no número de denúncias. Este ano, por exemplo, conseguimos atender todas as denúncias com excelentes resultados”.

A operação, que durou cinco dias, entre terça-feira (18) e o último sábado (22), contou com o apoio de dois policiais militares do 2º CIPM de Caracaraí e foi custeada com recursos do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa). Uma nova operação de combate ao tráfico de animais silvestres já está em andamento no Viruá.

Comunicação ICMBio