Profissionais levam atendimento especializado e cirúrgico a comunidades indígenas na fronteira com Venezuela.
Médicos da ONG Expedicionários da Saúde estão nesta semana na comunidade de Maturacá (AM), na fronteira do Brasil com a Venezuela, para realizar atendimentos médicos a índios de 35 aldeias da região. A qualidade do vídeo abaixo é limitada haja vista as condições técnicas de se transmitir as imagens daquela localidade.
Atendimento médico a índios na Amazônia representa desafio para aviação
Levar atendimento médico para comunidades indígenas na Amazônia exige aeronaves de guerra e técnicas militares. É esse o papel da Força Aérea Brasileira (FAB) na Expedição Yanomami, que acontece nesta semana em Matucará (AM), comunidade na região de fronteira do Brasil com a Venezuela.
O maior desafio é o próprio isolamento ocasionado pelas distâncias geográficas e de difícil acesso. Diferentemente do que acontece em outras regiões do País, se o pouso não for possível, não há alternativas para chegar às localidades rapidamente. “Muitas vezes tem que tomar essa decisão em rota”, explica o Tenente Kayo Coelho, piloto do helicóptero H-60 Black Hawk.
E, ao contrário de boa parte do Brasil, a região de Maturacá está em período chuvoso e com muitas nuvens. “Na Amazônia, nós também temos fenômenos meteorológicos naturais da região, como o aru, uma espécie de neblina, névoa de manhã, que faz com que várias vezes os aeródromos estejam fechados e nós tenhamos que ir por baixo da camada”, comenta o militar.
Apesar de a área estar sob a cobertura de radares do Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV), que auxilia o voo de aeronaves comerciais a grandes altitudes, a região não conta com equipamentos de auxílio à navegação. Também não há como realizar pouso por instrumentos.
Nas aldeias, os tripulantes de helicópteros sequer têm locais definidos de pouso: eles buscam qualquer área descampada onde é possível tocar o solo com segurança. “Muitas vezes, nós encontramos a região de areal, que exige técnicas de pouso direto. No momento do pouso, o helicóptero eleva muita areia, muitos detritos. Temos que ter cuidado porque o sopro do helicóptero pode desmontar as malocas de palha”, ressalta o Tenente Coelho.
O papel do helicóptero na Expedição Yanomami é transportar índios das aldeias para Maturacá. “O helicóptero consegue levar uma quantidade de pacientes que um avião de pequeno porte não consegue transportar”, explica Dea Tereza Torres, uma das médicas da ONG Expedicionários da Saúde. Desde o início da operação, mais de 100 índios já foram levados para atendimentos médicos e procedimentos cirúrgicos.
Voar em missões desse tipo também exige planejamento no uso de combustível. Para tornar a Expedição Yanomami possível, a FAB levou para Maturacá um reservatório de combustível com 10 mil litros. O reabastecimento remoto é muito usado na região amazônica para dar mais autonomia às aeronaves. O transporte fez parte do esforço logístico realizado por uma aeronave C-105 Amazonas, que também levou para o local 45 profissionais de saúde e oito toneladas de remédios, suprimentos, comida e material para a instalação de um hospital provisório.
Em Maturacá, há uma pista de pouso de 1.500 metros de comprimento, construída pela Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA), organização ligada ao Comando da Aeronáutica.
Fonte: Agência Força Aérea – Em três dias, médicos realizam mais de mil procedimentos – Força Aérea Brasileira (fab.mil.br)
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