Vinte e cinco Unidades de Conservação (UCs) de seis estados da Amazônia, além de nove Terras Indígenas, participaram de três oficinas para elaboração de planos de ação para o fortalecimento das cadeias de valor da madeira de áreas de manejo florestal comunitário, da castanha e do pirarucu manejado em Unidade de Conservação do bioma Amazônia. O evento foi promovido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), juntamente com o Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS) em junho, em Santarém (PA) e Manaus.        

As oficinas contaram com um público diverso composto por gestores, extrativistas, quilombolas, indígenas, intermediários, compradores, organizações de apoio e pesquisadores que juntos somaram cerca de 70 pessoas por oficina.

A dinâmica dos eventos envolveu a apresentação de experiências exitosas e a troca de experiência entre os diferentes setores. Na segunda fase os participantes realizaram o mapeamento das cadeias de valor de cada região e também por elos da cadeia, identificando os principais entraves, oportunidades e possíveis soluções para os problemas apontados.

Na avaliação das participantes, um dos pontos fortes foi a troca de experiência entre extrativistas e empresas. De acordo com Janaina Amaral, da empresa Nutrimental, apesar de todos nós trabalharmos com a castanha, eles não conhecíam quase nada sobre a realidade uns dos outros. “Se conseguirmos colocar essa parceria em prática, nós teremos um produto de melhor qualidade e os extrativistas conseguirão ter uma renda maior”, frisou Amaral.

A participação de outros setores do governo foi importante para que os extrativistas pudessem propor adequações das politicas públicas às necessidades dos extrativistas. Thomaz Perez da Silva, técnico da Superintendência Regional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), declarou que “reuniões desse tipo ajudam a conhecer melhor as dificuldades dos extrativistas e dá uma oportunidade para que possam ir adaptando, cada vez mais, as políticas à realidade dessas populações.

Para Lucia Wadt, pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os pesquisadores podem avaliar a sustentabilidade da coleta e os impactos da atividade, propor algumas ações para melhorar a produtividade e definir boas práticas de manejo. “Mas se a cadeia não estiver organizada para que essas ações sejam adotados, não vejo muito sentido na pesquisa”, destacou ela.

Como resultados dos eventos, serão elaborados planos de ação que definirão como fortalecer as cadeias de valor da madeira de áreas de manejo florestal comunitário, da castanha e do pirarucu. Segundo o coordenador substituto de Produção e Uso Sustentável do ICMBio, Leonardo Pacheco, esses documentos construídos nas oficinas expressam as demandas dos extrativistas em diálogo com os demais setores da cadeia, mas estabelece responsabilidades para uma rede de atores.

“Esperamos que a sua implementação contribua com o fortalecimento da cadeia com a consequente melhoria da qualidade de vida dos extrativistas”, afirmou Pacheco. As oficinas contaram, ainda, com a participação de pesquisadores das universidades Federal do Pará (UFPA), da Flórida e Estadual da Virgínia, esses duas universidades norte-americanas, dentre outros participantes.

FONTE:  Comunicação ICMBio