O aumento no número de focos de calor verificado no primeiro semestre do ano tem preocupado a sociedade brasileira e repercutido na mídia. O Ibama já iniciou as ações para prevenção aos incêndios florestais no país.Já foram selecionados 1400 brigadistas para proteger cerca de 20 milhões de hectares de terras indígenas, territórios quilombolas e assentamentos prioritários, dos quais 85% estão iniciando as atividades nos meses de maio, junho e julho. Além disso, 13 brigadas especializadas prestam apoio ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) nas unidades de conservação federais e no preparo para grandes operações de combate.
Segundo o Centro Especializado de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), o número de focos de calor registrados no primeiro semestre representa uma fração muito baixa do problema das queimadas e dos incêndios no país e não causa maiores preocupações. Apesar disso, a ocorrência do fenômeno El Niño, no Oceano Pacífico, com efeitos sobre o clima nas regiões do semiárido e da Amazônia, deve aumentar os problemas com o fogo no segundo semestre.
Focos de calor são captados pelos satélites quando ocorre um aquecimento localizado na superfície terrestre, sendo indicativos da ocorrência de queimadas agropastoris ou incêndios florestais. De 1º de janeiro a 27 de maio, foram registrados 13.656 focos de calor no país, correspondendo a um aumento de 20% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os estados que apresentaram mais focos foram Roraima e Mato Grosso. Em Roraima, que apresenta uma temporada de incêndios florestais diferente do resto do país, concentrado-se de fevereiro a março, foram registrados 1.198 focos.
Para controlar os incêndios florestais na região, o Ibama implementou a Operação Roraima Verde durante os meses de dezembro a abril com o objetivo de articular os trabalhos desenvolvidos pelas diferentes instituições e pelos órgãos envolvidos com o problema bem como prover reforço de recursos humanos e materiais. Apesar do agravamento da seca devido ao fenômeno El Niño, o número de focos ficou 7% abaixo da média registrada no ano anterior.
Em Mato Grosso, onde a temporada de incêndios normalmente ocorre de julho a outubro, foram registrados 3.605 focos nos cinco primeiros meses, concentrados nas regiões central e norte do estado. Os incêndios e queimadas nessa região costumam estar associados à degradação dos remanescentes florestais pelo uso contínuo do fogo, possibilitando a conversão lenta e gradual da floresta em áreas agropastoris. Para combater o problema, o Ibama implementou a Operação Apoena, notificando todas as propriedades com áreas degradadas para que implementem medidas de prevenção de incêndios e recuperação ambiental. Os polígonos identificados serão monitorados durante todo o ano e, caso sejam identificados focos de calor, as propriedades serão fiscalizadas.
O segundo semestre é o período mais importante do ano, quando os incêndios atingem grande intensidade e emitem quantidades significativa de gases de efeito estufa, afetam negativamente a biodiversidade, pioram a qualidade do ar e causam grandes prejuízos econômicos e sociais. O Ibama destaca que nenhum esforço do instituto será suficiente sem o apoio das demais instituições responsáveis, dos estados, dos municípios e, principalmente, da sociedade.
Ascom/Ibama
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