Batizada de Warari Koxi, a operação aponta para o envolvimento de empresários, funcionários públicos, donos de garimpos, joalheiros, pilotos de aeronaves responsáveis por instalar garimpos de ouro, minerais de uso industrial e outras pedras preciosas na reserva indígena na região de Boqueirão e Uraricoera, extremo norte de Roraima.
As investigações apontam ainda que são retirados de forma ilegal das áreas de garimpo em torno de 160 quilos de ouro mensalmente. O valor do grama é cotado a R$ 110, o que garantia o faturamento milionário mensal. O dinheiro do esquema seria usado para lavagem de outras atividades ilícitas. As movimentações atípicas dos envolvidos atingem o valor de R$ 1 bilhão.
Além do valor, os investigadores também se impressionaram com a forma como o ecossistema vinha sendo degradado pela atividade extrativista, altamente poluente com mercúrio e outros metais pesados, além da destruição da fauna e flora e da cultura Yanomami.
A operação conta com 150 policiais para o cumprimento de 313 mandados em Roraima, Amazonas, Rondônia, Pará e São Paulo. Os crimes investigados são: associação criminosa, extração de recursos naturais de forma ilegal, uso indiscriminado de mercúrio, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, contrabando, lavagem de dinheiro, operar instituição financeira sem autorização do Banco Central. As penas para esses crimes podem chegar a 54 anos de prisão.
O nome da operação – Warari Koxi – refere-se à expressão usada pelo povo Yanomami para definir intervenção negativa do meio ambiente saudável e significa “espírito de porco” dos que degradam o seu ambiente de convivência.
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