Mapear, cartografar e aumentar a trafegabilidade dos rios amazônicos. Essa será a função do Navio Hidroceanográfico Fluvial “Rio Branco”, que atracou no Cais da Estação Naval do Rio Negro, da Marinha do Brasil, no Distrito Industrial, ontem, quarta-feira (1º). A cerimônia contou com a participação do ministro da Defesa, Jaques Wagner, e várias autoridades do estado.     

De acordo com o ministro, a embarcação realizará levantamentos cartográficos e mapear os leitos dos rios da Amazônia para não só detectar bancos de areia, bem como melhorar a sinalização os rios, evitando acidentes náuticos. “Temos que apostar nas hidrovias e aumentar a segurança das embarcações realizando a dragagem dos rios”, afirmou Wagner.

O comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Bacellar Leal Ferreira, também explicou que Navio Hidroceanográfico vai ajudar na atualização das cartas náuticas, ou seja, as informações de navegabilidade principalmente de rios como o Solimões e Madeira que mudam suas características frequentemente.

“O rio está cada vez mais adquirindo importância no transporte marítimo, no movimento das embarcações, e nós precisamos garantir que esse movimento esteja sendo feito com segurança e da forma mais econômica possível. A médio e longo prazo, a ideia é disponibilizar, a cada ano, cartas náuticas com o maior número de informações atualizadas possíveis e trechos dos rios sinalizados, para permitir que quem esteja sem cima, navegue com maior segurança”, destacou.

Segundo o Ministério da Defesa, cerca de R$ 55 milhões foram investidos no projeto que tem parceria também com Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). A embarcação, que mede 47,43m de comprimento, foi desenvolvida pela Indústria Naval do Ceará (Inace), e deve entrar em operação nos próximos dias.

Economia

O Vice-Governador do Amazonas, Henrique Oliveira, também participou da solenidade. Para ele, o trabalho desenvolvido pelo Rio Branco vai contribuir ainda para o barateamento de mercadorias que chegam à região por vias fluviais, uma vez que os caminhos percorridos pelas embarcações de grande porte podem ser encurtados, com novos trechos sinalizados.

“Agora vamos ter um ano mais utilizável, do ponto de vista de navegação. Há anos que a seca é muito grande e o transporte fluvial começa a ser muito mais arriscado. Assim, com novos caminhos sinalizados, o transporte de mercadorias vai se tornar mais breve e barato.

Duzentos dias

De acordo com o tenente Victor Alves, encarregado pela Divisão de Hidrografia do NhoFLU Rio Branco, 36 marinheiros vão ficar a bordo durante 200 dias por ano para atualizar as cartas náuticas e assim, possibilitar uma navegação mais rápida e segura nos rios da Amazônia. Navios mercantes e de cargas serão os principais beneficiados pelos estudos.

Por: Kelly Melo
PUBLICADO POR:   A CRÍTICA (disponível em abri de 2015)

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