Em visita ao escritório da UNESCO em Brasília na última sexta-feira (13), o líder indígena ashaninka Benki Piyãko propôs a coordenadores programáticos da UNESCO no Brasil que se discuta a viabilidade de criação de uma reserva da biosfera no Acre, na fronteira do Brasil com o Peru.      

Ele também pediu apoio ao Centro Yorenka Ãtame (Saberes da Floresta), que desenvolve ações de proteção ambiental, resgate de conhecimentos tradicionais e amparo a jovens no município de Marechal Thaumaturgo (AC).

“Uma reserva da biosfera nos daria a segurança de que não serão criados empreendimentos que destruam as nascentes dos rios ou que venham tirar minérios, como petróleo e cassiterita. Teríamos um corredor ecológico”, disse Benki.

Ele se reuniu com o coordenador de Ciências Naturais da UNESCO no Brasil, Ary Mergulhão, e a coordenadora interina de Cultura, Isabel de Paula. A UNESCO deverá encaminhar ao líder indígena informações referentes ao processo de proposição e criação de reservas da biosfera.

Benki, de 41 anos, é vice-presidente da Associação Apiwtxa (Associação dos Ashaninka do Rio Amônia). Segundo ele, cerca de 1.300 ashaninka vivem no Acre, enquanto outros 110 mil ashaninka estão no Peru. Ele afirmou que madeireiros e traficantes de cocaína são uma ameaça à população da região.

Há atualmente 631 Reservas da Biosfera espalhadas por 119 países – incluindo algumas transfronteiriças. Elas têm sustentação no programa “O Homem e a Biosfera” (MAB) da UNESCO, criado pela UNESCO em 1971 e integrado pelo Brasil desde 1974.

No Brasil, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) – instituído pela lei 9.985 de 18 de julho de 2000 – reconhece a Reserva da Biosfera como “um modelo, adotado internacionalmente, de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais”.

Fonte: Rádio ONU

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