Folha de Boa Vista

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Um estudo iniciado em 2007 e concluído em 2010, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério das Minas e Energia, apontou a viabilidade da construção de pelo menos quatro hidrelétricas em Roraima: a do Bem-Querer, no rio Branco (Caracaraí) e mais três no rio Mucajaí: Paredão A (Alto Alegre), Paredão M (Mucajaí) e a Fé e Esperança (Mucajaí). As quatro totalizariam a geração de aproximadamente 1.050 Megavolts, o que daria para abastecer Roraima com energia confiável e vender o excedente.  

A informação é do diretor-presidente da CERR (Companhia Energética de Roraima), Antonio Carramilo Neto. Porém, ele afirmou que, apesar de perfeitamente viáveis, os projetos retratam apenas estudos e que, no momento, não existe nenhuma ação no sentido de elaborar projetos de construção das unidades de geração de energia no Estado.  

“Seria de grande importância para o setor energético de Roraima e até para o restante do Brasil, se houvesse a construção das quatro ou até de apenas uma delas para gerar energia suficiente para suprir a demanda do Estado e vender o excedente para outros estados”, disse se referindo ao fato de que, em breve, Roraima estará interligado ao SIN (Sistema Interligado Nacional). “O estudo não retrata projeto de execução e nem de valores de investimentos necessários para suas construções”, frisou.  

Carramilo informou que, caso Roraima viesse a ser beneficiado com a construção das quatro hidrelétricas, a geração seria mais de cinco vezes superior à demanda fornecida hoje. Ressaltou que os estudos apresentados foram preliminares e mostram apenas a viabilidade de construção e que carecem de aprofundar uma série de assuntos referentes ao meio ambiente e de investimentos dos governos federal e estadual para a execução da obra.

“A EPE levantou apenas os estudos necessários para mostrar a viabilidade das hidrelétricas em Roraima e serve como ponto de partida para que se aprofundem os estudos sobre os impactos ambientais e os investimentos necessários para as construções”, disse. “Quando se parte para a execução da obra, é necessário que o Governo Federal e o Governo do Estado mostrem interesse e disponibilizem em recursos para se construir essa matriz energética”, frisou.

Embora esperançoso de ver o estudo transformado em projeto e, posteriormente, a execução da obra, Carramilo vislumbra que o projeto possa sair do papel em pelo menos mais cinco anos. “Se começar a desenvolver o projeto agora, talvez em 2020 esteja concluído”, disse.

COTINGO – Carramilo falou ainda da hidrelétrica de Cotingo, que fica na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, no Município de Uiramutã, destacando o potencial gerador de energia, que chegaria a 220 Megavolts, mas ressaltou também a dificuldade de viabilidade ambiental justamente por estar em terra indígena. 

“Esses estudos iniciaram nos anos 80, mas que, com a demarcação da Terra Indígena da Raposa Serra do Sol, nunca chegou a sair do papel”, frisou. “Seria o local mais apropriado para se fazer uma hidrelétrica em Roraima por ter a força da água e a queda da água, que são fatores importantes para dar maior volume potencial numa hidrelétrica”, disse.

POR:  RIBAMAR ROCHA – jornal Folha de Boa Vista

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