A forte estiagem que atinge o Estado tem deixado as autoridades em alerta com relação ao número de focos de incêndio. “Geralmente, durante a semana, a maioria dos agricultores está nas cidades, mas no final de semana elas descem para os seus lotes. Essas pessoas aproveitam a oportunidade para atear fogo como forma de limpar a propriedade, muitas vezes como forma de cultura e até mesmo por não possuir condições financeiras para adquirir maquinários para poder preparar a terra desse local”, disse o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Léon Lira.  

Segundo ele, os municípios mais suscetíveis a incêndios são os que fazem parte do chamado Arco do Fogo, que compreende os municípios de Amajari, Normandia, Bonfim, Boa Vista, Alto Alegre, Mucajaí, Iracema e Caracaraí. Apesar disso, este ano os focos estão se concentrando de forma atípica no Município de Pacaraima, Norte do Estado, na fronteira com a Venezuela.

“Geralmente, os focos se concentram nos municípios que fazem parte do Arco de Fogo, já que são municípios com vegetação plana. Só que a gente tem observado, este ano, uma grande incidência em Rorainópolis, o que é atípico, visto que a característica dos municípios do Sul do Estado é de floresta densa e de áreas mais alagadiças. O que pode justificar o aumento desses focos de calor é a atuação de madeireiras no local, que costumam agir no período da madrugada, justamente por ser horário de baixa fiscalização”, explicou.

Para evitar que situações como as que ocorreram em 1998 e 2003 voltem a acontecer, quando ocorreram grandes incêndios, Lira afirmou que a corporação vem investindo pesado na captação de parcerias para instruir os próprios agricultores no combate a incêndios.

“Este ano, nós estamos investindo no treinamento e na parte de orientação aos agricultores. Essas ações estão sendo feitas em parceria com outros órgãos, como a Femarh [Federação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos], que está nos auxiliando com o cumprimento do calendário de queimadas. A Polícia Ambiental está ajudando nessa parte de fiscalização nas propriedades, visto que as permissões para queimadas só são válidas para aqueles produtores que estão com terreno regularizado. O Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis] já sinalizou que estará contratando brigadistas para auxiliar no monitoramento e combate a esses focos”, disse.

METEOROLOGIA – De acordo com o meteorologista da Femarh, Ramon Alves, o clima seco deverá permanecer nos próximos três meses. Segundo ele, o volume normal climatológico de chuvas será de apenas 100 milímetros, considerado baixo.

“Segundo a previsão da divisão meteorologia do Sipam [Sistema de Proteção da Amazônia] e Cptec [Centro de Previsões de Tempo e Estudos Climáticos], o volume de chuvas esperado para os próximos três meses será baixo, então todo o cuidado é pouco”, disse.

FONTE: Jornal Folha de Boa Vista

http://www.folhabv.com.br/novo/noticias/view/id/4555/titulo/Queimadas+preocupam+durante+feriad%C3%A3o