A água é de extrema importância para a vida de todas as espécies. Porém, apesar de todos os aspectos benéficos proporcionados pela água, o homem tem modificado drasticamente a qualidade desse recurso natural.
Quem caminha na orla de Manaus nesse período de cheia dos rios, observa na frente da cidade a grande quantidade de sujeira. O lançamento de efluentes industriais, de lixo e de esgoto doméstico, além do derramamento de óleo provocado por grandes e pequenas embarcações, são os principais responsáveis pela poluição.
Para o empresário Mário Jorge Santiago, sensibilizado com a causa, uma forma de minimizar parte desse dano ambiental está no “Projeto UPA (Unidade Fluvial de Proteção Ambiental)”.
A alternativa consiste no uso de duas unidades fluviais (balsas) extremamente equipadas que se deslocariam diariamente por toda orla da cidade com o início na Ponta Negra e término no Porto da Ceasa, com os serviços de coleta de óleos e lixo das embarcações, bem como o fornecimento de água potável. De acordo com o projeto, o destino final dos resíduos seria as empresas de reciclagem, de acordo com a legislação vigente.
O projeto, conforme Mário Santiago, visa atender não somente a orla da capital amazonense, mas também as calhas das hidrovias do Juruá, Madeira, Amazonas, Rio Negro e Solimões, com UPAs disponibilizadas para os respectivos polos. Cada unidade fluvial está orçada em R$ 1,5 milhão. Valor este considerado “simbólico” para deixar as águas asseadas, se comparado os gastos com obras superfaturadas por vários estados no País. Apesar do projeto ser aprovado por especialistas no assunto, até agora ele não foi aproveitado, muito menos analisado pelos os órgãos os quais ele ficou engavetado por meses.
Mário Santiago diz que o projeto circulou pelos órgãos e instituições estaduais e federais, entretanto, em todos eles, a informações repassada foi a mesma, que não há recursos para a implementação do projeto, o que o torna inviável.
Dano ambiental
De acordo com estudo divulgado durante a Semana da Ciência e Tecnologia realizada em julho do ano passado, pesquisadores da Universidade Federal de Brasília relataram que 1 litro de óleo comestível polui 150 mil litros de água potável.
O biólogo, Ismael Soares Ribeiro, ressalta que durante os trajetos das embarcações parte do óleo é jogado diretamente nas águas sem qualquer tratamento, ocorrendo assim a contaminação de quilômetros de extensão pelo contaminante.
“Essa contaminação traz muitos problemas para os ecossistemas aquáticos e causa um mega desequilíbrio ambiental para milhões de comunidades de peixes, plantas aquáticas, mamíferos aquáticos, micro-organimos presente nos rios e até mesmo o homem”, alertou Ribeiro.
Segundo o especialista, o óleo quando derramado fica retido na superfície da coluna d’água, limitando a penetração de luz, tendo assim um efeito direto na disponibilidade de oxigênio existente no meio aquático.
Por: Náferson Cruz
Fonte: A Crítica
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