Com o tema “Áreas úmidas para o nosso futuro: Juventude”, o Secretariado da Convenção de Ramsar, com sede na Suíça, abre, nesta segunda-feira, 2/2, as inscrições para o Concurso Internacional de Fotos para Jovens de 15 a 24 anos.  A iniciativa visa celebrar o Dia Mundial das Áreas Úmidas (World Wetlands Day), comemorado nesta data, além de educar, informar e promover o uso racional das zonas úmidas nas regiões ao redor do mundo onde a Convenção atua, envolvendo a juventude nas ações de conservação da biodiversidade. 

O vencedor ganhará uma passagem para visitar a área úmida de sua escolha, em qualquer lugar do mundo.

A inscrição de até três fotos por pessoa pode ser feita no site www.worldwetlandsday.org, preenchendo o formulário de inscrição até o dia 2 de março.

Todas as fotos devem ser tiradas com celular ou câmera digital, em uma área úmida, e enviadas de 2/2 até a meia noite do dia 2/3/2015, no horário suíço, para o site http://www.worldwetlandsday.org/photo-contest.

Os interessados podem fotografar áreas úmidas, no Brasil, nas zonas costeiras (manguezais, campos alagáveis e praias) e interiores (várzeas amazônicas, veredas, igapós, campinarana e pantanal). 

Veja detalhes sobre o regulamento do concurso.

No Brasil, o lançamento do Concurso de Fotos acontecerá nesta segunda-feira, em uma Oficina de Educomunicação na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, região do município de Tefé, interior do Amazonas.

O evento, organizado pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), Centro Estadual de Unidades de Conservação e Comunidade Boca do Mamirauá e Setor Mamirauá, terá a participação de jovens da região e de alunos do Centro Vocacional Tecnológico do IDSM.

EDUCOMUNICAÇÃO AMBIENTAL

O Dia Mundial das Áreas Úmidas foi instituído em 1997 pelo Comitê Permanente da Convenção de Ramsar. Seu objetivo inclui estimular governos, organizações da sociedade civil e grupos de cidadãos a realizar ações que despertem, na sociedade, o interesse para a importância das áreas úmidas, a necessidade de sua proteção e para os benefícios que o cumprimento dos objetivos da Convenção pode proporcionar.

A RDS Mamirauá tornou-se Sítio Ramsar em outubro de 1993 por ser uma zona úmida pertencente a uma unidade de conservação, favorecendo a adoção das medidas necessárias à implementação dos compromissos assumidos pelo governo brasileiro perante a Convenção de Ramsar.

A coordenadora de Juventude da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (Saic/MMA), Marccella Berte, falará sobre a importância dos ecossistemas das áreas úmidas para “para nosso futuro”, neste “ano da juventude cuidando das áreas úmidas”.

Durante a Oficina, na comunidade Boca do Mamirauá, Marccella Berte explicará que as áreas úmidas fornecem serviços ecológicos fundamentais para as espécies de fauna e flora e para o bem-estar das populações humanas.

Além de regular o regime hídrico de vastas regiões, essas áreas funcionam como fonte de biodiversidade em todos os níveis, cumprindo, ainda, papel relevante de caráter econômico, cultural e recreativo. Ao mesmo tempo, atendem necessidades de água e alimentação para uma grande variedade de espécies e para comunidades humanas, rurais e urbanas.

“Além de informar mais sobre a importância das áreas úmidas, a Oficina tem como objetivo ouvir os jovens da comunidade sobre como é para eles viverem naquele lugar. Em seguida eles produzirão textos, como mini reportagens, poemas e outros produtos educomunicativos para a Revista Juventude e Meio Ambiente e tirar fotografias para participarem do concurso e ilustrar seu material jornalístico”, explica Marccella Berte.

SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS

Tecnicamente, área úmida é todo ecossistema que interage em ambientes terrestres e aquáticos, continentais ou costeiros, naturais ou artificiais, permanente ou periodicamente inundados ou com solos encharcados. As águas podem ser doces, salobras ou salgadas, e com comunidades de plantas e animais adaptados à sua dinâmica hídrica. E o evento em Mamirauá mostrará a importância dos ambientes alagados, já que as áreas úmidas são ricas em biodiversidade, garantem a oferta de água, e contribuem para mitigação das mudanças climáticas, entre outros benefícios.

De acordo com o MMA e o Secretariado da Convenção de Ramsar, as áreas úmidas são social e economicamente insubstituíveis por conter inundações, permitir a recarga de aquíferos, reter nutrientes, purificar a água e estabilizar as zonas costeiras. Especialistas alertam que o colapso desses serviços, decorrente da destruição das zonas úmidas, pode resultar em desastres ambientais, com elevados custos em termos econômicos e de vidas humanas.

SÍTIOS RAMSAR NO BRASIL

Desde 1975, anualmente, na cidade de Ramsar, no Irã, é realizada a Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, mais conhecida como Convenção de Ramsar, um tratado intergovernamental que estabelece marcos para ações fundamentadas no reconhecimento, pelos 159 países signatários, da importância ecológica e do valor social, econômico, cultural, científico e recreativo de tais áreas.

Para aderir ao tratado, cada país deve apresentar um instrumento de adesão junto a Unesco, que opera como depositária da Convenção, e designar ao menos uma área úmida de seu território para ser reconhecida como Sítio Ramsar a ser incluído na Lista de Zonas Úmidas de Importância Internacional, mais conhecida como Lista de Ramsar, principal instrumento adotado pela Convenção para implementar seus objetivos.

PROTEÇÃO

O Brasil assinou o tratado em setembro de 1993, passando a ter acesso a benefícios como cooperação técnica e apoio financeiro para promover a utilização dos recursos naturais das áreas úmidas de forma sustentável, favorecendo a implantação de um modelo de desenvolvimento que proporcione qualidade de vida aos seus habitantes.

No país, há dois tipos de áreas úmidas, as Costeiras, compostas por manguezais, campos alagáveis e praias; e as Interiores, que incluem veredas, várzeas amazônicas, igapós, campinarana e pantanal. Desde sua adesão à Convenção, o Brasil promoveu a inclusão de 12 zonas úmidas à lista de Ramsar, tendo como diretriz para sua indicação que tais áreas correspondam a unidades de conservação, favorecendo a adoção das medidas necessárias à implementação dos compromissos assumidos pelo país perante a Convenção.

Além da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, o Brasil tem outros 11 Sítios Ramsar: Parque Nacional do Cabo Orange (AP); Parque Nacional Marinho dos Abrolhos (BA); Área de Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses (MA); Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense (MA); Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Luiz (MA); Parque Estadual do Rio Doce (MG); Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Rio Negro (MS); Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense (MT); Reserva Particular do Patrimônio Natural SESC Pantanal (MT); Parque Nacional do Araguaia – Ilha do Bananal (TO); Parque Nacional da Lagoa do Peixe (RS).

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – Telefone: 61 20281227

Por: Luciene de Assis – Edição: Vicente Tardin