A partir deste ano, a população do município de Bonfim, em Roraima, passa a contar com duas línguas, além do Português. Isso porque foi aprovada, no fim de 2014, uma lei que torna a Macuxi e a Wapixana línguas co-oficiais no município.
A proposta vinha sendo discutida, desde 2012, com lideranças das comunidades e professores de línguas indígenas que atuam na região. O diálogo com a Câmara de Vereadores se deu por meio do Instituto Insikiran, vinculado à Universidade Federal de Roraima.
O indígena Júlio Macuxi ressalta a importância desse reconhecimento no município. A professora do instituto, Ananda Machado, afirma que a busca pelo reconhecimento das línguas indígenas acontece quando a comunidade passa por algum tipo de problema.
Pela lei, a Prefeitura, em parceria com as organizações indígenas e instituições federais de ensino superior, tem até cinco anos para contratar tradutores e intérpretes indígenas. Além disso, deve traduzir placas de sinalização, oferecer atendimento à população nas duas línguas, traduzir as leis municipais e financiar a publicação de livros, nas línguas Macuxi e Wapixana, que serão usados nas escolas públicas do município.
Bonfim, com 11 mil habitantes e 40% da população indígena, é o terceiro município brasileiro a tornar línguas indígenas co-oficiais. Também na Amazônia, em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, foram co-oficializadas as línguas Nheengatu, Tukano e Baniwa. No Mato Grosso do Sul, na cidade de Tacuru, o Guarani foi reconhecido como a segunda língua oficial.
Informações do Museu do Índio, no Rio de Janeiro, apontam que o Brasil corre o risco de perder, no prazo de 15 anos, um terço de suas línguas indígenas. Atualmente, os índios brasileiros falam entre 150 e 200 línguas. Devem ser extintas, até 2030, de 45 a 60 idiomas.
Bonfim é o terceiro município brasileiro a tornar línguas indígenas co-oficiais
Fonte: Rádio Nacional da Amazônia
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