Um levantamento do Museu do Índio, órgão que faz a documentação de línguas indígenas, constatou que nos próximos 15 anos os idiomas podem desaparecer de Roraima. Atualmente, no estado são falados o Wapichana, Macuxi, Taurepang, Wai-Wai, Iekuana, Yanomani, Ingarikó e Sapará. A Universidade Federal de Roraima (UFRR) tenta criar métodos para evitar que as línguas desapareçam.

Celino Raposo, indígena da comunidade da Raposa, disse que crianças e adultos falavam Macuxi na região nos anos 80, algo que não acontece hoje. “Aquelas pessoas que produziam foram deixando aos poucos e agora estão mais velhas”, afirmou, complementando que a falta de produção no idioma indígena influencia na perda da cultura.

Segundo Amanda Machado, coordenadora do Programa de Valorização de Línguas e Culturas Macuxi e Wapichana da UFRR, ‘a língua é uma questão de sobrevivência cultural’. A coordenadora afirmou que os idiomas indígenas guardam conhecimentos preciosos para a Universidade. “A gente tenta fazer o nosso papel [de preservar as línguas] da melhor forma possível. Estamos nos reunindo com os professores de línguas e produzindo material”, afirmou.

“A gente está aqui na Universidade justamente para fazer com que o aluno tenha consciência de sua identidade própria e sua importância”, afirmou Celino, que é coordenador do curso de Licenciatura Intercultural, que forma professores incentivadores da autoafirmação da identidade indígena.

FONTE: G1

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