Para democratizar ainda mais a consulta aos documentos, a Funai, por meio do Museu do Índio, lança nesta terça-feira (16), no portal da Funai / Museu do Índio, a Biblioteca Multimídia Virtual e de Organização Virtual. A proposta é contar com uma nova ferramenta de apoio à pesquisa, tornando o acesso mais ágil e eficaz às informações sobre as ações do indigenismo brasileiro a partir do século XIX.
Durante o lançamento da Biblioteca Multimídia, que ocorreu na Sede da Funai em Brasília, o presidente da Fundação, Flávio Chiarelli ressaltou a importância da informação, “um projeto como este contribui mais ainda para a transparência das ações do órgão indigenista”.
O acervo histórico guardado no Museu do Índio reúne os Fundos do Serviço de Proteção aos Índios – SPI e correlatos: Comissão Rondon – CR, Fundação Brasil Central – FBC e Conselho Nacional de Proteção aos Índios – CNPI. São 195.737 documentos, cerca de 800 mil páginas – incluindo 24.107 imagens.
Estão disponíveis na Biblioteca virtual todo o material digitalizado referentes aos volumes da Comissão Rondon, totalizando 11.221 páginas. Em 2015 comemora-se 150 anos do nascimento do Rondon; ao conjunto documental conhecido como Relatório Figueredo – utilizado pela Comissão da Verdade; a todas as publicações do Museu do Índio; e às 144.546 mil páginas de documentos do Serviço de Proteção aos Índios, até o presente momento.
O projeto prevê, ainda, a digitalização e a disponibilização de obras raras da Biblioteca Marechal Rondon (151.200 páginas), além de periódicos, dissertações e teses entre outros documentos (mais de dois milhões de páginas).
Para o antropólogo e diretor do Museu do Índio, Carlos Levinho, “a plataforma é mais uma ação do Museu do Índio em defesa e garantia dos direitos indígenas” . Segundo levinho, questões como as de reconhecimento étnico e disputas judiciais envolvendo terras indígenas, em áreas de conflito, poderão ser melhor esclarecidas por meio do acesso a essa importante documentação .
Hoje, é expressiva a demanda dos povos indígenas por esses registros. Essa leitura feita pelos próprios índios reflete a atual política pública que preza o fortalecimento da autonomia e autodeterminação desses grupos. A instituição atende, também, às demandas de outros setores da sociedade. Destaca-se, aqui, a entrega, recentemente, do relatório Figueiredo, totalmente digitalizado, à Comissão de Direitos Humanos e Minorias , da Câmara dos Deputados Federais, e à Comissão Nacional da Verdade.
Com um importante acervo para a garantia dos direitos indígenas , a instituição consolidou-se, ao longo de 61 anos de história, como fonte de referência para estudos sobre as questões indígenas. Os pesquisadores, principalmente os indígenas, têm buscado, nos registros textuais do Serviço de Proteção aos Índios – SPI, dados sobre as suas terras e culturas que garantam os seus direitos constitucionais como cidadãos brasileiros.
Saiba mais sobre esses documentos na recém-lançada edição do jornal Museu ao Vivo.
A Biblioteca Virtual encontra-se disponível “aqui” para consultas e leitura sobre diversos assuntos relacionados às questões indígenas.
FONTE : FUNAI
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