A área de vegetação em processo de recuperação na Amazônia foi duas vezes e meia maior do que o desmatamento verificado na região. Os dados do TerraClass divulgados nesta quarta-feira (26/11) contabilizam 113 mil km2 de vegetação secundária (floresta regenerada) entre 2008 e 2012. No mesmo período, o Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélites (Prodes) registrou apenas 44 mil km2 de área desmatada.
Os números refletem a promoção de uma economia verde e da mudança da dinâmica da Floresta. “O TerraClass traz dados importantes sobre o comportamento da Amazônia. Isso mostra que há uma agenda de desenvolvimento sustentável na região”, avaliou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. “É uma apuração fidedigna que permite ter mais clareza na construção e implantação de políticas públicas”, acrescentou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clélio Campolina.
Levantadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as estatísticas se referem aos pontos onde, mesmo depois de desmatada, a vegetação conseguiu entrar em processo de recuperação. Para esse relatório, foram mapeados 751 mil km2, o que corresponde ao total do desmatamento verificado de 1988 a 2012, e representa 18,5% da área da Amazônia.
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A agricultura é responsável por apenas 2% dos desmatamentos recentes na Amazônia, já que as plantações têm avançado sobre as áreas antes ocupadas por pastagens. De acordo com o TerraClass, a área total desmatada está ocupada por pastagens (60%) e agricultura (5,6%), enquanto 23% estão em processo de regeneração.
O percentual de área ocupada pelas classes de pastagem manteve-se próximo a 60% nos três períodos mapeados (2008, 2010 e 2012). A classe de pastagem é a que mais cede espaço para agricultura ou para vegetação secundária.
A expansão agrícola ocorreu, quase que exclusivamente, sobre áreas de pastagem (80%) e de vegetação secundária (9%), passando de 35 mil km2, em 2008, para 42 mil km2 em 2012, representando uma taxa média de crescimento da ordem de 4%. Cerca de 70% das áreas agora mapeadas como agriculturajá apresentavam este uso em 2008.
As classes com maior aumento percentual, de 2008 a 2012, foram mineração e área urbana, com crescimento de 7,5% e 6,9%, respectivamente. Já a classe mosaico de ocupações teve a maior redução, sendo de 17,1%.
SAIBA MAIS
O projeto TerraClass qualifica o desmatamento da Amazônia legal com base em áreas desflorestadas mapeadas por satélites.
Para descrever a situação do uso e da cobertura da terra, o levantamento considera as classes temáticas referentes a agricultura anual, pasto limpo, pasto sujo, pasto com solo exposto, regeneração com pasto, vegetação secundária, mosaico de ocupações, mineração, área urbana e reflorestamento.
Por: Lucas Tolentino – Edição: Vicente Tardin
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