Evento no dia 4 de dezembro deste ano em Alter do Chão (PA) terá a participação de empresas, comunidades, governos e pesquisadores. Mais informações: www.imaflora.org.br

Como fazer com que as empresas incorporem procedimentos éticos e valores ligados à conservação das florestas na hora de negociar com as comunidades da Amazônia? Com uma diversificada cesta de produtos como castanha, copaíba, borracha, cacau e outros, as comunidades são hoje fornecedoras para clientes no Brasil e no exterior. Mas a negociação com esses produtores e extrativistas segue regras específicas que requerem por parte dos compradores uma postura que inclua aspectos sociais e ambientais nas relações de comércio.

O tema será discutido durante o seminário Diálogos sobre agroecologia e mercado ético na Amazônia, no dia 4 de dezembro, em Alter do Chão (PA), promovido pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola – Imaflora. Veja a programação.

O instituto é uma referência na inclusão das comunidades extrativistas e quilombolas ao mercado ético, com experiências que incluem a inserção das populações da floresta no mercado nacional e internacional de produtos como óleo de copaíba, borracha, castanha e cacau.

Quando falamos em ética nas relações comerciais entre comunidades e empresas, estamos falando de uma nova forma de se fazer negócio na Amazônia. Uma empresa que pretende estabelecer relações comerciais com as comunidades locais precisa entrar no negócio sabendo que trata-se de um nicho de fornecedores que requerem uma nova postura por parte dos compradores. “Valores como conservação da floresta e o respeito aos modos de vida tradicionais são elementos decisivos nessa negociação”, explica o biólogo Léo Ferreira, do Imaflora.

Empresas como a Firmenich, a Mercur – e a Indústria Brasileira do Cacau, são empresas de grande porte que fecham excelentes negócios diretamente com as comunidades com ganhos econômicos, sociais e ambientais que beneficiam a todos.

Além de procurar estabelecer as novas bases das relações comerciais com as comunidades da Amazônia, conectando empresas e comunidades para estabelecer a nova ética de negócios na floresta, o Imaflora também dissemina na região as práticas da agroecologia, conciliando a produção agrícola com a conservação.

Segundo Ferreira, a meta é fortalecer o extrativismo e a agricultura de base agroecológica e fazer conexões com o mercado. Mas em novas bases. Na floresta, diz ele, as comunidades locais funcionam como guardiões da natureza. Como têm uma relação secular com a mata, dependem dela para viver. Durante o trabalho diário, os extrativistas percorrem grandes áreas em seus territórios, e com isso eles inibem a presença de grileiros, madeireiros e garimpeiros ilegais. Eles também detêm formas tradicionais de explorar os recursos da floresta sem destruir a mata.

Capacitação

“Uma vez orientadas e tendo as condições necessárias, as comunidades tradicionais podem se tornar protagonistas de uma nova era de negócios sustentáveis na Amazônia”, afirma Roberto Palmieri, gerente do projeto Florestas de Valor, responsável por experiências de sucesso na inserção de comunidades tradicionais amazônicas ao novo mercado que se desenha para a região. Segundo ele, o projeto foi criado para fortalecer as cadeias de produtos florestais não madeireiros, disseminar a agroecologia e conservar a floresta em três regiões do estado do Pará: na Calha Norte do rio Amazonas, na Terra do Meio e no município de São Félix do Xingu.

O projeto apoia a implantação de sistemas produtivos responsáveis, conecta extrativistas, agricultores familiares e empresas na lógica do mercado ético e busca sensibilizar a sociedade para o consumo consciente de produtos florestais e para a conservação dos recursos naturais. O projeto conta com o apoio do Fundo Vale e desde 2013 recebe o patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, um dos instrumentos da política de responsabilidade social da companhia. Desde 2014, a iniciativa também recebe o apoio, do Fundo Amazônia/BNDES e da Fundação Moore.

Durante o seminário, o Imaflora fará o balanço de um ano do projeto e de quase uma década de atuação institucional nos territórios. “Temos muito o que colaborar e compartilhar para que a Amazônia consiga se desenvolver, aliando economia e conservação da floresta”, destaca Palmieri.

Sobre o projeto Florestas de Valor

O projeto Florestas de Valor existe para fortalecer as cadeias de produtos florestais não madeireiros, disseminar a agroecologia e conservar a floresta em três regiões do estado do Pará: na Calha Norte do rio Amazonas, na Terra do Meio e no município de São Félix do Xingu. Com este projeto, patrocinado pela Petrobras, o Imaflora torna suas ações nestas regiões mais abrangentes, ampliando a implantação de sistemas produtivos responsáveis, a atuação em rede dos extrativistas e empresas na lógica do mercado ético e busca sensibilizar a sociedade para o consumo consciente de produtos florestais e para a conservação dos recursos naturais. Saiba mais em www.imaflora.org.br/florestasdevalor

Fonte: Imaflora

http://amazonia.org.br/2014/11/mercado-%c3%a9tico-de-produtos-florestais-n%c3%a3o-madeireiros-ser%c3%a1-tema-de-semin%c3%a1rio-na-amaz%c3%b4nia/