Os mais de 7 mil MW de potência instalada nas usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau dizem pouca coisa aos moradores de Porto Velho, cidade com a sétima tarifa de energia residencial mais alta entre as capitais brasileiras. As queixas sobre o preço da eletricidade são comuns no município onde fica um dos principais parques geradores de energia do país.

Servidor público estadual, Fabiano Barbosa Câmara dá números à sua indignação. Ele diz pagar R$ 380 por mês à distribuidora de energia local, que é subsidiária da Eletrobras. “Somos só eu, minha mulher e meu filho e passamos o dia todo fora”, diz. “A gente produzindo energia para o país inteiro e pagando esse absurdo.”

Na sua avaliação, entre as medidas compensatórias que foram exigidas das hidrelétricas pelo poder público antes da construção das usinas deveria ter sido incluído um subsídio para as contas de luz da população de Rondônia.

Dentre as distribuidoras que atendem capitais, somente seis apresentam tarifa residencial média superior à de Porto Velho, cotada hoje em pouco mais de R$ 0,39 por Kwh. Pagam mais caro os consumidores de Belém, Rio Branco, Palmas, São Luís, Teresina e Belo Horizonte.

O custo elevado, entretanto, não preocupa apenas os clientes residenciais. A fabricante de equipamentos hidromecânicos Imma precisa adotar soluções criativas para reduzir os gastos com energia. O administrador da fábrica, Marcos Alencar, conta que a empresa evita operar nos horários de pico e utiliza esporadicamente um gerador próprio para atenuar os gastos com eletricidade.

Por: Murillo Camarotto
Fonte: Valor Econômico 

VER MAIS EM:

http://amazonia.org.br/2014/10/na-cidade-das-usinas-conta-de-luz-%C3%A9-alvo-de-reclama%C3%A7%C3%B5es-dos-moradores/