Dois anos após o lançamento, o projeto Eco Estado, iniciativa da Fundação Astronauta Marcos Pontes e a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi), com apoio do Governo de Roraima, não saiu do papel. O projeto visa transformar Roraima no primeiro estado do Brasil com mudança da infraestrutura através de projetos pilotos em diversas áreas, melhoria no transporte, no saneamento básico, no tratamento e coleta de resíduos sólidos e, na produção de energia limpa e na geração de emprego.

Desde o início do ano passado, sob responsabilidade do Governo, há um estudo e elaborações das documentações necessárias para desenvolver o Eco Estado em Roraima. Depois dessa burocracia, o projeto estaria apto a receber recursos financeiros disponibilizados por instituições estrangeiras, através do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O projeto Eco Estado tem a duração de seis anos após a implantação.

A Assessoria de Comunicação da Marcos Pontes informou que o projeto está em standby, ou seja, parado na Organização das Nações Unidas e na instituição, porém necessita ação do Estado de Roraima para iniciar. “A promessa seria para o início deste ano, mas até agora não vemos movimentação de nada a respeito”, afirmou a nota enviada pela assessoria da fundação, em nome do presidente Marcos Pontes.

A parte técnica, segundo informações da Assessoria, estaria pronta para iniciar. “Aguardamos, desde o primeiro semestre do ano passado, deliberação de aprovação do Estado [Assembleia Legislativa e Governo] para podermos iniciar as atividades”, informou. As condições geográficas e estágio atual do desenvolvimento económico foram os fatores decisivos para escolha de Roraima para implantação do Eco Estado.

Pontes disse ainda, em nota, que há uma pretensão em desenvolver um modelo de desenvolvimento sustentável, econômico e preservação ambiental de forma conjugada, que possa servir para outros lugares do mundo. “O projeto é composto de auxilio internacional da Onudi, com os maiores especialistas no planejamento urbano e especialistas em áreas de desenvolvimento industrial econômico para integrar no estado metodologias e tecnologias já aplicadas isoladamente com sucesso em Ecocidades da rede de Ecocidades da ONU”, explicou.

Contempla ainda o objetivo do projeto implementar projetos pilotos para demonstração de conceitos , como usinas de biomassas, processamento de frutas. “A ideia é também atrair empresas de tecnologia verde (o estado funcionaria como uma vitrine de produtos e serviços) e promover a educação profissional e o empreendedorismo local, sempre com foco na sustentabilidade”, falou. Mas para que isso aconteça, de acordo com o presidente, “é necessária uma ação do Estado para autorizar o inicio das atividades e, como houve tempo muito maior do que o previsto para essa autorização, haverá também um tempo de espera para a reativação do projeto para o status de ativo na Onudi”.

INVESTIMENTOS – Para se desenvolver é preciso de recursos. Conforme o presidente da fundação, os governos municipal e estadual receberão auxílio no planejamento estratégico de especialistas. “Contudo, a decisão de implementação ou não dos planos desenvolvidos em conjunto é de competência e direito dos governos, obviamente”, disse. O custo da logística do projeto, como viagens, escritório local e implementação do planejamento é o custo normal previsto no orçamento para as atividades dos governos na função de prover infraestrutura e serviços à população.

 “A Onudi fará investimentos no sentido de implementar projetos piloto e auxiliará a obtenção de fundos extras de fundos internacionais. O que pode significar investimentos internacionais até da ordem de milhões de euros. O que seria muito bom para o estado”, destacou Marcos Pontes, na nota enviada pela assessoria.

OUTRO LADO – A Folha entrou em contato com a Secretaria Estadual de Comunicação para obter informações sobre o andamento do projeto, mas até o fechamento da matéria não houve retorno.

YASMIN GUEDES
Editoria de Cidade

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