A expedição de Pesquisa Científica “Terra Incógnita”, organizada por pesquisadores de diversas áreas, identificou mais de 300 espécies de plantas, com 32 novos registros para a flora de Roraima e outros dois para o Brasil, no Parque Nacional Serra da Mocidade e Estação Ecológica de Niquiá (RR). A intenção foi obter informações sobre a região que, aos 90 anos, continua pouco explorada e conhecida pela ciência.
O projeto foi realizado em dezembro de 2013, mas os resultados foram divulgados apenas na segunda semana de julho, quando os pesquisadores finalizaram a catalogação de todos os registros. Além das plantas, foram identificadas 124 espécies de aves, 131 de peixes, 23 de anfíbios, 14 de lagartos, 5 de serpentes e 18 de mamíferos.
“Damos destaque ao registro importante de ocorrência de uma ave rara, o galo-da-serra, que só ocorre em regiões montanhosas do norte da Amazônia”, disse Romério Briglia, analista ambiental do Parque Nacional Serra da Mocidade, que acompanhou a expedição.
Durante a expedição, os pesquisadores também iniciaram estudos sobre a pedologia do local, que constatou uma grande variedade de solos. Apesar disso, ainda serão feitas as análises necessárias para caracterizá-los melhor.
“Realizamos também um sobrevoo na região para captação de imagens em alta resolução. Vamos compor o acero do Parque e montar um documentário para apresentar esse belo e diverso cenário Amazônico à ciência e ao Brasil”, afirmou Briglia.
Sobre as regiões estudadas
O Parque Nacional Serra da Mocidade e a Estação Ecológica Niquiá ficam no centro-sul de Roraima, na região do Baixo Rio Branco. As duas Unidades de Conservação (UCs) são geridas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Somadas, as duas unidades têm mais de 600 mil hectares e protegem uma região que se caracteriza pela ocorrência de campinas e campinaranas, além de várias tipologias florestais, com destaque para uma formação montanhosa que chega a mais de 1,9 mil metros de altitude, a Serra da Mocidade.
Participaram da expedição pesquisadores do ICMBio, Universidade Federal de Roraima, Instituto de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Roraima, Universidade Federal do Amazonas, Secretaria do Patrimônio da União, Centro de Estudos da Biodiversidade Amazônica, Instituto federal de Roraima.
O projeto foi financiado com recursos do programa de áreas protegidas da Amazônia, cujo objetivo é subsidiar as equipes gestoras das UC com informações que contribuam com a elaboração e implementação de seus Planos de Manejo, documento primordial que define as diretrizes para a gestão de uma área protegida.
Fonte: Portal Brasil – http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=171594
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