Número de alertas entre agosto e maio deste ano foi 24% menor

Os alertas de desmatamento na Amazônia Legal caíram 24% entre agosto de 2013 e maio deste ano. No intervalo, o Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) registrou 1.771,86 km2 de mudança de paisagem na região, contra os 2.337,81 km2 verificados no período imediatamente anterior. A redução decorre de medidas como as operações de fiscalização em terra e a instalação de bases móveis dentro da Floresta.

Feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o sistema se baseia em imagens diárias de até 25 hectares capturadas por satélite. Os dados funcionam como uma análise da alteração da paisagem da região amazônica, que podem ocorrer por conta de questões como desmatamento para obtenção de madeira ilegal ou até de queimadas naturais. O Deter funciona, portanto, como um suporte para a fiscalização.

ESTADOS

Segundo os dados divulgados na última sexta-feira (20/06), pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), a queda ocorreu nos estados que, historicamente, apresentavam níveis críticos de desmatamento. Mato Grosso aparece como o recordista, com 717 km2 de desmatamento, o que representa redução de 35% em comparação aos 1.095 km2 contabilizados no período anterior.

Rondônia é o segundo no ranking de diminuição nos alertas de desmatamento. No estado, o Deter apontou queda de 33%, quando comparados os 217 km2 atuais com os 326 km2 verificados no período anterior. Em seguida, aparece o Pará, com 432 km2 de alertas de desmatamento entre agosto de 2013 e maio deste ano, uma redução 23% em relação aos 564 km2 contabilizados entre agosto de 2012 e maio de 2013.

FISCALIZAÇÃO

O cerco ao desmatamento é comprovado pelos dados de fiscalização na área. Entre agosto de 2013 e maio deste ano, foram 131 mil hectares de áreas embargadas nos nove estados da Amazônia Legal. Ao todo, R$ 1,2 bilhão foram aplicados em multas, além da apreensão de 99 tratores, 44 caminhões, 90 motosserras, 23 armas de fogo, aproximadamente 3,6 mil metros cúbicos de madeira serrada e cerca de 27 mil de madeira em tora.

Mesmo com a redução, o Pará está entre os focos das equipes de fiscalização. “Estamos em uma verdadeira guerra porque os principais desmatadores do Pará são os grileiros que montam acampamentos separados para dificultar a atuação do Ibama. Porém nós estamos preparados e com estratégias traçadas para coibir o desmatamento ilegal””, explica o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo.

Veja aqui a apresentação dos resultados.

LUCAS TOLENTINO – Com informações do Ibama