Um estudo concluído pela Agência Espacial Americana (Nasa) resolveu um longo debate a respeito do papel da floresta amazônica em relação ao aquecimento global.  Pesquisadores se perguntavam se a floresta seria capaz de absorver uma quantidade maior de dióxido de carbono (CO2) do que ela emite naturalmente.  A resposta obtida pela pesquisa da Nasa divulgada nesta terça-feira (18) mostra que a Amazônia realmente ajuda a reduzir o aquecimento global.

O CO2 é um dos gases responsáveis pelo efeito estufa, que leva ao aumento da temperatura terrestre. Enquanto as árvores vivas absorvem o dióxido de carbono da atmosfera ao longo de seu crescimento, as árvores mortas devolvem o gás para a atmosfera no período de sua decomposição.

A hipótese de que a floresta estaria emitindo mais gás do que absorvendo surgiu na década de 1990, quando se descobriu que enormes áreas da floresta costumam morrer devido a intensas tempestades.

Antes do estudo da Nasa, medições desse balanço entre emissão e absorção do CO2 na floresta amazônica só tinham sido feitas em pequenas porções da floresta, o que tornava os resultados questionáveis.

Para este estudo, a Nasa combinou técnicas de análise de imagens de satélite, medidas coletadas no local e outras tecnologias. A pesquisa concluiu que a emissão total de dióxido de carbono pela floresta durante um ano é de 1,9 bilhões de toneladas. Já a absorção foi estimada por meio de medidas do crescimento da floresta em diferentes cenários.

De acordo com a Nasa, em todos os cenários, a absorção de CO2 por árvores vivas superou a emissão por árvores mortas, indicando que o efeito geral da floresta é a absorção.

Uma das estratégias que tornou o levantamento possível foi o desenvolvimento de técnicas para identificar árvores mortas em imagens de sensoriamento remoto. Nas imagens de satélite, por exemplo, as árvores mortas aparecem em cores diferentes em comparação às árvores vivas.

O estudo, publicado nesta terça-feira (18) na revista científica “Nature Communications”, foi liderada pelo pesquisador Fernando Espírito-Santo, da Nasa, e contou com a colaboração de outros 21 pesquisadores de cinco países.

Fonte: G1

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