Iniciou ontem (11/3) no Museu Paraense Emílio Goeldi – MPEG a oficina para a definição de metas de conservação na bacia hidrográfica do Rio Xingu. O evento, que prossegue até o dia 13 de março, é organizado em parceria pela WWF-Brasil, Museu Goeldi e o consórcio Viva Xingu, constituído pela Arcadis Logos e Rosenberg Associados. Sob a coordenação do ecólogo Leandro Valle Ferreira, o Museu Goeldi colabora para a definição de áreas críticas de conservação na área, uma das etapas do projeto de elaboração do plano de desenvolvimento regional sustentável do Xingu (ADT Xingu), apoiado pelo BNDES.
Bacia do Xingu – Está situada nos estados do Mato Grosso e Pará, ocupando cerca de 509.000 km², uma área maior do que o território da Espanha. Os rios cruzam dois grandes biomas brasileiros, Cerrado e Amazônia, e atendem a uma grande diversidade de comunidades e de espécies animais e vegetais. Atualmente, a bacia do Xingu sofre com pressões de atividades econômicas, a exemplo da instalação da hidrelétrica Belo Monte, o que ocasiona perdas significativas da biodiversidade e prejudica as populações humanas.
MPEG no Xingu – Durante a oficina o Museu Emílio Goeldi apresentará o diagnóstico produzido recentemente sobre o Centro de Endemismo Xingu, desenvolvido no âmbito do projeto Cenários Para a Amazônia. O diagnóstico do Xingu foi desenvolvido sob a coordenação das pesquisadoras Arlete Almeida e Ima Vieira. Os centros de endemismo são áreas delimitadas a partir de características ambientais peculiares, como uma alta densidade de espécies que só existem no local (endêmicas), raras ou ameaçadas de extinção. No bioma Amazônia, há oito centros: Imeri, Guiana, Napo, Inambari, Belém, Rondônia, Tapajós e Xingu.
O Centro de Endemismo Xingu contempla uma área com 392.468,517 km² de extensão, totalizando 88 municípios, dos quais 52 encontram-se no Pará, 18 no Tocantins e 18 no Mato Grosso. A população deste centro está estimada em 2.385.876 habitantes, levando em consideração os municípios com mais da metade de sua área incluída no centro de endemismo (IBGE, 2010). Nos últimos anos, o avanço da pecuária, a expansão da produção de grãos e o incentivo massivo à monocultura, assim como a implantação de grandes projetos de infraestrutura, provocaram o desmatamento e transformaram cada vez mais a paisagem da região.