O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) realizaram no município de Pauini, Amazonas (AM), uma oficina para facilitar a definição dos termos do “III Acordo de Convivência entre Extrativistas da Reserva Extrativista (Resex) Médio Purus e Indígenas do Baixo Seruini”, para implementação da Politica Nacional de Gestão Ambiental de Terras Indígenas. O evento contou com a participação de representantes da Organização dos Povos Indígenas Apurinã e Jamamadi (OPIAJ), da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas do Médio Purus (ATAMP), Federação dos Povos Indígenas do Médio Purus (FOCIMP) e do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS).

A oficina permitiu o debate entre indígenas e extrativistas sobre a divisão das áreas de coleta da castanha, sem prejuízo da manutenção. Foi incluído no acordo de convivência, o consumo de recursos alimentares, a abertura de roças, áreas de pastagem e a criação de uma comissão para o acompanhamento das ações. Fazem parte da comissão, três indígenas e três extrativistas, além de um representante de cada uma das instituições envolvidas (OPIAJ, ATAMP, FUNAI e ICMBIO). O acordo será encaminhado para o Conselho Deliberativo da Reserva Extrativista do Médio Purus, para ser legalizado.

O Coordenador Geral de Gestão Socioambiental, Daniel Castro declarou ser a favor da forma como o acordo foi implementado. “Estabelecer diálogos e construções coletivas sempre trazem benefícios para conservação e proteção das nossas unidades de conservação. Neste sentido, a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas representa um grande avanço na gestão de áreas sobrepostas.”

Para José Maria Ferreira de Oliveira, diretor do CNS, o acordo precisa ser acompanhado de perto por representantes do ICMBio e da FUNAI. “O acordo só vai funcionar mesmo se os dois órgãos se envolverem e garantirem que a comissão se reúna e consiga encaminhar a demanda do pessoal lá da ponta. É preciso apoiar o fortalecimento da cadeia da castanha na região, o funcionamento do comitê e apoiar os moradores com fiscalização”.

FONTE  :  Comunicação ICMBio