Três meses após os incêndios que destruíram mais de 100 mil hectares da Terra Indígena Maraiwatsede, no Mato Grosso, Ibama e Funai assinam um protocolo para o treinamento de brigadistas índios. O objetivo do acordo é tentar controlar queimadas e incêndios florestais nas terras indígenas, respeitando as práticas tradicionais de suas culturas com a realização de ações de prevenção, monitoramento e combate aos incêndios.

Ao institucionalizar o acordo, o presidente do Ibama, Volney Zanardi, considerou que “até o momento, foram capacitados pelo Ibama 632 indígenas e instaladas 20 brigadas”. A presidente da Funai, Guta Assirti, observou que o trabalho integrado aprimora a capacidade de atuação dos órgãos. “Devemos trabalhar agora no aperfeiçoamento e na ampliação dessas parcerias”, disse Guta. De acordo com o Diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo, “Essa é uma solução benéfica. O próximo passo deve ser a institucionalização da fiscalização em terras indígenas”, conclui.     

O acordo estabelece um plano de trabalho com cronograma, normas gerais e procedimentos referentes a responsabilidades comuns e específicas do Ibama e da Funai. O Prevfogo, Centro de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, é o responsável pelo desenvolvimento das ações por parte do Ibama. O trabalho do centro está sendo reformulado com recursos doados pela Noruega e administrados pelo Fundo Amazônia.Quem acompanha o Questão Indígena assistiu quase em tempo real o maior incêndio da história do Mato Grosso. Os índios Xavante, que tem a cultura de usar o fogo nas atividades de caça, queimaram mais de 60% da Terra Indígena Maraiwatsede na primeira estação seca depois que os produtores rurais foram expulsos.

Relembre:

Fogo na Suiá-Missu: Veja última imagem de satélite disponível da área e a evolução dos incêndios

Xavantes são responsáveis por incêndios na Suiá-Missu, diz Ibama (Marãiwatsédé)

FONTE : http://www.questaoindigena.org/2013/12/ibama-e-funai-firmam-acordo-para.html