Os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além do Ministério Público, manifestaram apoio nesta terça-feira, 24 de setembro, à comunidade indígena Cinta Larga. Durante reunião promovida pelo Ministério Público Federal em Rondônia (MPF/RO) na OAB foram feitas várias manifestações de compromissos para minimizar problemas nas aldeias.  

O governador de Rondônia, Confúcio Moura, esteve presente à reunião juntamente com grande parte de seu secretariado. Segundo ele, a Secretaria de Meio Ambiente (Sedam) pode colaborar com a comunidade indígena fazendo um inventário do crédito de carbono em suas florestas, a fim de comercialização futura deste crédito em benefício da comunidade. Confúcio citou a experiência bem sucedida do povo Suruí, ocorrida recentemente.

Na área de educação, o governador informou que pode ampliar o número de escolas nas aldeias de modo a contemplar os cintas largas no ano de 2014. Quanto à uma reivindicação frequente dos indígena de falta de qualificação profissional, Confúcio informou que a assistência técnica da Emater pode promover as capacitações dentro da vocação da comunidade, como, por exemplo, criação de peixes. Também quanto à qualificação profissional, o presidente da Assembleia Legislativa, Hermínio Coelho, colocou à disposição os cursos da Escola do Legislativo.

Em relação aos problemas de saúde e de estradas, o governador Confúcio Moura disse que estas áreas também seriam acionadas para contemplar os indígenas em seus planos de trabalho.

Os secretários do governo de Rondônia confirmaram e detalharam como podem colaborar com os indígenas, apresentaram sugestões e falaram sobre os programas e projetos que podem se estendidos aos cintas largas.

Audiência no Senado – O senador Acir Gurgacz vai colocar em votação na Comissão de Agricultura do Senado a proposta de se realizar uma audiência pública no dia 18 de outubro. A expectativa do senador é que os problemas dos índios cintas largas cheguem ao conhecimento do governo federal, a quem compete grande parte das respostas que podem amenizar a situação da comunidade indígena.

Além do senador, estiveram presentes à reunião o líder da bancada rondoniense no Congresso, deputado federal Nilton Capixaba; os deputados estaduais Hermínio Coelho, Cláudio Carvalho, Epifânia Barbosa e Euclides Maciel.

Os representantes do poder Judiciário disponibilizaram as instalações de suas instituições para reuniões do Grupo Cinta Larga Amigos em Movimento (Clamor), bem como sugeriram a realização de debates sobre o tema. Estavam presentes o juiz federal Herculano Martins Nacif, o desembargador Edemir Sebastião (do Tribunal de Justiça), o procurador de Justiça Cláudio Wolff Harger (Ministério Público Estadual) e o presidente da OAB, Andrey Cavalcante.

Invisibilidade – O procurador da República Reginaldo Trindade, organizador do evento, disse em discurso que o principal problema dos índios cintas largas é a invisibilidade. Segundo ele, a indiferença com que o governo federal tem tratado a grave situação daquele povo é o que dificulta as soluções.

Marcelo Cinta Larga, indígena que falou em nome de seu povo, afirmou que os índios aguardam por ajuda. Ele ressaltou que se tem uma visão errada do povo Cinta Larga por causa do garimpo de diamantes, mas que a realidade é que a comunidade padece por falta de estrutura e perspectivas de sobrevivência.

O procurador Guilherme Rocha Gopfert, da unidade do MPF em Vilhena, finalizou a reunião acrescentando que a questão indígena tem que ser vista com prioridade, pois a falta de acesso a direitos elementares põe em risco a própria existência destas comunidades.

FONTE  :   Assessoria de Comunicação  /  Ministério Público Federal em Rondônia