O fechamento diário de 12h da BR-174 sentido sul, em Roraima, na reserva Waimiri Atroari, é foco de uma mobilização pacífica iniciada neste domingo (1º) por produtores e empresários que pedem o fim do bloqueio do tráfego na principal rodovia do estado.
Concentrados em frente ao prédio da Justiça Federal, no bairro Canarinho, zona leste de Boa Vista, o grupo estendeu correntes no local simbolizando as que são colocadas na Vila do Jundiá, no município de Rorainópolis. O fechamento da rodovia acontece das 18h às 6h diariamente.
Segundo o produtor Eugênio Thomé, um dos coordenadores do movimento denominado “Roraima Livre. Roraima sem Correntes”, há cerca de 40 anos o fechamento da BR-174 tem gerado prejuízos aos roraimenses e ferido o direito constitucional de ir e vir dos cidadãos.
“Nós vivemos como albergados. Todo dia, às 18h, nós somos obrigados a nos recolher porque essa corrente é levantada e não podemos mais transitar. Sabemos que a Justiça Federal já se manifestou pela retirada dessa corrente, mas a União recorreu e isso já está há três anos no Supremo. O que nós queremos é um posicionamento oficial sobre como está esse processo”, destaca Thomé.
Para ele, se Roraima pretende se transformar em um estado produtor é necessário suspender esse fechamento de 12h da rodovia. “Queremos exercer o direito constitucional de ir e vir. Esse bloqueio nos prejudica muito, além de encarecer o produto, já que isso representa o aumento do frete. Só temos a metade de um dia de 24h para escoar a produção do estado”, comenta.
O produtor citou ainda que alguns dos acidentes que ocorreram na rodovia estão relacionadoas ao fechamento da BR-174. “Quantas pessoas perderam a vida tentando chegar antes das 18h naquele Jundiá? Quantas pessoas não pegaram malária porque foram obrigados a dormir lá? Isso nos deixa em uma situação de tratamento diferenciado dos demais brasileiros”, critica.
De acordo com o movimento, a corrente na reserva indígena que suspende o fluxo na rodovia virou algo comercial. Para não perder a produção, alguns empresários têm que pagar para passar depois das 18h.
“Para não perder as mudas de morango que entraram em Roraima para produzir em Tepequém, nós tivemos que subornar os índios. Tem carretas de adubo que para chegar a tempo de pagar o frete é preciso dar mil reais passar. Virou uma corrente comercial e a gente não pode mais aceitar esse tipo de coisa”, defende Eugênio Thomé.
O movimento segue até 7 de setembro, dia da Independência do Brasil. Integrantes da Cooperativa de Produtores de Roraima, da Cooperativa de Transportadores de Roraima e da Cooperativa dos Transportadores de Combustíveis estão entre os que apoiam o movimento.
FONTE : G1 – http://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2013/09/produtores-protestam-contra-o-fechamento-da-br-174-em-roraima.html
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