Uma ação conjunta de fiscalização contra crimes e ilícitos ambientais apreendeu mais de 600 Kg de pirarucu, nos rios Tapauá e Cuniuá, que delimita várias terras indígenas na região do Médio Purus, no sul do Amazonas. A ação, planejada pela Funai, ocorreu entre os dias 23/08 e 01/09, com a participação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Batalhão de Polícia Militar Ambiental do Amazonas.
Foram apreendidos ainda três mil ovos de quelônios, além de quelônios vivos, carne de caça, outros pescados, madeira serrada, embarcações irregulares e diversos materiais de pesca ilegal. O Ibama autuou os infratores e aplicou multa no valor total de R$ 15,7 milhões. Alguns foram detidos, acusados de formação de quadrilha.
De acordo com o Coordenador Regional do Médio Purus/Funai, Armando Soares Filho, os rios Cuniuá e Tapauá, por serem ricos em recursos naturais, sofrem constantemente com a pressão de embarcações provenientes de cidades como Lábrea, Canutama, Tapauá e até de Manaus. “A ação foi difícil porque pessoas agem de forma a receber a mercadoria e circular com tudo fora das terras indígenas e a Funai tem atuação limitada a elas”, explica Soares, ressaltando a importância da participação do Ibama e da Policia Ambiental, que podem agir contra qualquer ilícito contra o meio ambiente. Para ele, “mesmo estando fora de terras indígenas, esses ilícitos exercem pressão sobre a população de peixes e quelônios dentro delas”.
A ação de fiscalização ocorreu em um momento crucial para conservação dos recursos naturais da calha desses rios. A primeira despesca manejada de pirarucu pelo povo indígena Paumari, está prevista para a segunda quinzena de setembro nas terras indígenas Paumari do Lago Manissuã, Paumari do Lago Paricá e Paumari do Cuniuá.
O manejo do pirarucu vem sendo realizado há cinco anos pelos Paumari, com ações de vigilância e contagem dos peixes e teve a primeira despesca autorizada pelo Ibama. A pesca manejada faz parte de um Plano de Gestão de seus territórios, elaborado pelos Paumari, com apoio da Operação Amazônia Nativa (Opan), em parceria com a Funai, o Instituto Piagaçú e Instituto Mamirauá. A expectativa é de que o exemplo da ação de fiscalização e a primeira autorização para o manejo dos lagos pelos indígenas contribuam para a conservação dos rios Tapauá e Cuniuá.
FONTE : http://www.funai.gov.br/
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