Quando começou a publicar os seus estudos sobre os índios yanomamö (Yanomami), o antropólogo norte-americano Napoleon Chagnon provocou irritação entre os antropólogos. Os ianomâmis, segundo ele, viviam em guerra permanente, contrariando a ideia de “bom selvagem” de Rousseau cultivada pela antropologia.
A causa identificada por Chagnon para a violência entre os yanomamö (Yanomami) era a disputa por mulheres. O motivo dos confrontos contrariava a explicação marxista incorporada pela ideologia antropológica, que colocava a origem dos conflitos humanos nas disputas por bens materiais. O estudo, apresentado em “Nobres Selvagens”, também irritou entidades ligadas à questão indígena.
Os yanomamö (Yanomami) eram praticamente desconhecidos até meados do século 20. Num bolsão isolado da Bacia Amazônica, situado na fronteira entre a Venezuela e o Brasil, aproximadamente 250 aldeias independentes viviam sem contato ou interferência dos governos dos dois países.
A teoria do bom selvagem, ou do “nobre selvagem”, tem sua origem no Iluminismo. Jean-Jacques Rousseau (1712-78), imaginava que o homem era bom e feliz em seu estado de natureza. Embates sangrentos e opressão eram frutos da civilização.
Em oposição ao filósofo francês, o britânico Thomas Hobbes (1588-1679) defendia que, antes da sociedade, os homens viviam em eterno combate. Para ele, a civilização controla parte dessa selvageria. “O homem é o lobo do homem” se tornou uma espécie de resumo simplista da obra “Leviatã”.
“Nem Hobbes nem Rousseau jamais viram pessoas como os ianomâmis vivendo no ‘estado de natureza'”, escreve Chagnon em “Nobres Selvagens”. “Suas posições filosóficas sobre o homem no estado natural derivam inteiramente de especulações”.
“Para muitos antropólogos que se aferram à visão de Rousseau da humanidade, e não à de Hobbes, sou um herege, um misantropo, alvo de condenação por parte de colegas politicamente corretos, em especial dos que se identificam como ‘ativistas’ em favor dos povos indígenas, porque descrevi os ianomâmis tal como os encontrei”, diz.
A noção de que os índios se assemelham ao padrão russoniano é imprescindível aos objetivos da antropologia radical. Baseados na ideia falsa da harmonia dos índios com a natureza e uns com os outros, os antropólogos angariam o apoio da sociedade a toda sorte de absurdos cometidos em nome da proteção dos índios.
Por essa razão “Nobres Selvagens” é um livro subversivo que pode derrubar a antropologia radical.
Já publicamos alguma coisa sobre esse livro aqui no Questão Indígena por ocasião do lançamento do livro em inglês (Veja aqui e aqui). Agora o livro chega finalmente às livrarias do Brasil traduzido para o português.
Clique aqui, compre, leia, dê palestras e divulgue o livro nas redes sociais. Quanto mais gente conhecer o texto de Chagnon, menos força terá a antropologia radical no Brasil.
AUTOR Napoleon A. Chagnon
EDITORA Três Estrelas
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