Estamos apenas no início do período de seca em Mato Grosso e o estado já registra os maiores índices de focos de calor do Brasil, totalizando 5.127 ocorrências entre primeiro de janeiro e 31 de julho deste ano, quase o dobro do Tocantins, que ocupa a segunda colocação, com 2.916 focos. O total é semelhante ao registrado no mesmo período do ano passado, quando Mato Grosso contabilizou 5.774 focos de calor. Os dados são do satélite AQUA-UMD–Tarde, utilizado como referência pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
De acordo com o Inpe, considerando apenas o mês de julho, foram 1.630 focos de queimadas no estado, sendo que 813 ocorreram durante o período proibitivo, ou seja, à partir de 15 de julho quando já estava em vigor o Decreto Estadual que proíbe essa prática.
Neste cenário, cinco municípios mato-grossenses contabilizaram mais de mil focos entre janeiro e julho deste ano, sendo os principais: Nova Maringá (349), Nova Ubiratã (247) e Feliz Natal (232).
A análise do ranking estadual dos dez municípios que mais queimaram em 2013 em comparação com os dez do ano passado, mostra que os municípios são praticamente os mesmos: oito estão nas duas listas.
Município | Nº focos – 01/01/13 a 31/07/13 | Município | Nº focos – 01/01/12 a 31/07/12 |
Nova Maringá | 349 | Nova Maringá | 316 |
Nova Ubiratã | 247 | Gaúcha do Norte | 271 |
Feliz Natal | 232 | Feliz Natal | 249 |
São Félix do Araguaia | 195 | Nova Ubiratã | 232 |
Querência | 182 | Querência | 217 |
Santa Carmem | 180 | Tangará da Serra | 213 |
Gaúcha do Norte | 172 | São Félix do Araguaia | 204 |
Brasnorte | 162 | Paranatinga | 196 |
Nova Mutum | 161 | Brasnorte | 185 |
Paranatinga | 148 | Porto dos Gaúchos | 154 |
Fonte: satélite AQUA-UMD–Tarde (Inpe)
Para Laurent Micol, coordenador executivo do Instituto Centro de Vida (ICV) esse fato é um indicativo de que o Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas (PPCDQ-MT) não está sendo efetivo no sentido de reduzir os focos nesses municípios que se repetem ano após ano. “Acreditamos que, salvo exceções, os municípios e setores da sociedade local não estejam envolvidos na altura necessária para que as campanhas de prevenção sejam realmente eficazes e cheguem à ponta. Além disso, a responsabilização das queimadas ilegais continua precária”, analisou.
Entre os biomas, a maior parte dos focos ocorreu na Amazônia (3.132), seguido pelo Cerrado (1.923) e, por último, Pantanal (72).
O período proibitivo das queimadas em áreas rurais entrou em vigor em 15 de julho e vai até 15 de setembro, podendo se prorrogado nas áreas rurais. Fora desse período, as queimadas precisam de autorização da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema). Nas áreas urbanas, as queimadas são proibidas durante todo o ano.
Fonte: ICV – Por: Daniela Torezzan
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